Bloco de Esquerda denuncia política que “prefere a especulação imobiliária” em vez do “investimento produtivo”

O Bloco de Esquerda desenvolveu hoje uma acção na qual criticou como errada a política seguida nos últimos anos, que deu “preferência à especulação imobiliária em vez do investimento produtivo”. Nos anos 90 e até 2008 foram muitos milhões derramados em obras públicas e privadas, com a promessa da criação de emprego e de riqueza. Onde estão esses empregos, pois os nossos jovens têm de emigrar?, interroga-se o coordenador do BE, Paulino Ascensão.
Os bloquistas afirmam que a política que “favorece a construção civil e a especulação imobiliária” gera fortunas rapidamente, cria ricos mas não cria riqueza. “Tem efeitos a curto prazo, mas que se esgotam rapidamente – é apenas fogo de vista. Tivemos um “boom” de investimento em obras públicas e privadas nos anos 90 e até 2008, muitos milhões com a promessa da criação de empregos, bem onde estão os empregos hoje em dia, onde estão os efeitos de todo esse investimento?”.
Para o Bloco, essas políticas erradas continuam. “Não aprendemos nada com a bancarrota da Madeira e nem com a bancarrota do País, continua-se a orientar os investimentos para a construção civil, em obras públicas e privadas. Estes investimentos são como o fogo de vista – impressionam no momento, mas os efeitos não duram, desaparecem de imediato”, afirma Paulino Ascensão, que acusa o Governo Regional e as câmaras das diferentes cores partidárias “irmanadas a satisfazer os apetites imobiliários, com a mesma subserviência perante os senhores do dinheiro e a sua ganância por lucros fáceis e imediatos”.
Outro efeito perverso da especulação imobiliária, denuncia o BE, é a pressão para a subida dos preços da habitação, seja na compra ou no arrendamento. “Como os salários não sobem à mesma velocidade que o preço das casas temos cada vez mais pessoas excluídas do acesso à habitação, temos portanto uma política que cria ricos por um lado e pelo outro fomenta a exclusão social e a pobreza”, acusa Paulino Ascensão.