André Escórcio entrega cartão de militante ao PS-M e pede anulação enquanto Emanuel Câmara não afastar Avelino Conceição depois de vídeo polémico

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Trata-se de uma posição de “força” por parte do histórico socialista André Escórcio, contra determinados comportamentos que não dignificam a política, no caso a madeirense, Ontem, tinha criticado fortemente o comportamento do deputado social democrata Manuel Calaça, que esteve envolvido numa operação da PSP, com contornos de fuga e tentativa de atropelamento de agente da autoridade, segundo notícias vindas a público. Hoje, pelo mesmo meio, a sua página pessoal na rede social Facebook, Escórcio insurge-se contra a atitude de um parlamentar socialista, no caso Avelino Conceição, que terá protagonizado um vídeo polémico, entretanto já retirado do Youtube. Avelino Conceição é vice do PS-M, , faz parte da Comissão Política Regional e Nacional.

Como primeira reação, Escórcio diz que vai entregar o cartão de militante ao PS-Madeira: “Da minha parte, hoje mesmo, expedirei para o PS-M o meu cartão de militante, com quotas pagas até Dezembro de 2018, solicitando a sua anulação, enquanto não forem tomadas as devidas atitudes por parte da direcção do partido, ao abrigo, entre outros, do nº 2 do Artigo 13º dos Estatutos “(…) conduta que acarrete sério prejuízo ao prestígio e bom nome do partido”, sublinhando ainda que “O exercício da política tem de ser pautado pelo rigor, pela decência e por comportamentos adequados. E por aqui fico.”

Lembrou que “ontem, teci, aqui, considerações negativas sobre um deputado do PSD-M que teve um comportamento inadequado, face à responsabilidade que advém da sua função para a qual foi eleito. Passadas umas horas recebi um vídeo, onde é mostrado um deputado do PS-M simultaneamente, vice-presidente do partido, em imagens que apenas digo serem chocantes quando tornadas públicas. Não vou aqui descrevê-las. O próprio youtube suspendeu tal vídeo”.

Aponta que “face a um caso destes, não há desculpas. O presidente do PS-M só tem um caminho possível: abrir um inquérito sumário, averiguar, levar o assunto à Comissão de Jurisdição propondo a sua demissão. Entretanto, deve o deputado em causa deixar a Assembleia Legislativa da Madeira e todos os cargos que ocupa”.

No dia anterior, referindo-se a Manuel Calaça, Escórcio tinha escrito que “há  situações que não sei como defini-las: se se trata de um acto de momentânea irresponsabilidade, se de arrogância pela função que desempenha ou de duvidosa formação pessoal. Pior ainda, quando um acto é cometido por um deputado que deveria ser o exemplo máximo de conduta irrepreensível. Só que isto é nacional, tantos os casos já julgados ou em curso que envolvem políticos que desonram a democracia representativa e, portanto, a dignidade das funções que desempenham(ram)”.

E escreveu mais: “Agora foi um deputado que fugiu a uma operação stop, mas foi apanhado e detido com “1,87 gramas de álcool por litro de sangue”, segundo o DN-Madeira. As perguntas que desde logo emergem são estas: como é possível uma figura destas manter-se na Assembleia após aquele acto? Como pode ser representante do povo que o elegeu? Como poderá, doravante, falar sobre o que for?

Escórcio considera que “não basta pedir o levantamento da imunidade parlamentar, quando está em causa o péssimo exemplo dado. Ser deputado não é um emprego, é sim um temporário serviço público à comunidade, é ser exemplo para os demais quando fala ou se comporta na sua vida social. Ou não será assim? O exercício da política está muito abaixo dos patamares comportamentais exigíveis. Do passado ao presente, embora com contornos e níveis diversos e são tantos os maus exemplos de arrepiar, a Assembleia Legislativa da Madeira tem sido um feudo, uma propriedade para alguns ali colocarem os amigos a quem não podem dizer NÃO, os cúmplices, aqueles a quem devem favores políticos, os facilmente subjugáveis, os medíocres, os caciques locais, gente que a maioria do povo não os conhece e que, depois, recebem em troco do voto as atitudes que essa mesma maioria repudia”