BE critica Orçamento da RAM que “não tira as pessoas da pobreza”

O Bloco de Esquerda marcou presença na manhã de hoje no centro do Funchal para divulgar as suas propostas aprovadas no âmbito do Orçamento de Estado 2019 e explicar a sua visão sobre o Orçamento Regional.
Para os bloquistas, o Orçamento Regional “é a renovação dos erros do passado, insiste nas obras públicas, cujo único efeito é criar emprego de curta duração, durante a execução das obras, mas que não tem retorno a médio e longo prazo”.

Essas obras, acusou o dirigente Paulino Ascensão, “vão alimentar os lucros dos empreiteiros amigos do PSD e vão deixar nova dívida”.

O ORAM não é ambicioso, não dá perspectivas de futuro a quem quer estabelecer casa e família na sua terra, critica o Bloco. Para os jovens recém-formados que não encontram emprego na Região, a única saída é a emigração.

“O dito desenvolvimento dos últimos 40 anos é uma fraude, pois agora não há trabalho para a maior parte dos jovens. Que desenvolvimento é esse que não dá futuro aos filhos da terra e que os obriga a emigrar? Os muitos milhões esbanjados em obras de pouca utilidade, a divida que foi criada e todos estamos a pagar, criou alguns ricos, algumas fortunas, mas não chegou para tirar muitos da pobreza”, apontou Paulino Ascensão.

O BE diz que a Madeira e os Açores são as regiões do país com maior risco de pobreza. A faixa da população mais exposta à pobreza são os idosos e o Governo Regional recusa-se a pagar um complemento para as pensões mais baixas, proposto pelo Bloco, para compensar os idosos pelo maior custo de vida em relação ao continente. “Esta”, considerou Paulino Ascensão, “é a maior vergonha da nossa terra, o abandono dos idosos na miséria”.

Apesar de tudo, reconhece o Bloco, há algumas medidas positivas, como a redução dos custos dos transportes, “que o Bloco sempre defendeu, ou a redução das mensalidades das creches, mas são medidas avulsas tomadas em desespero, nas vésperas de eleições, que nem estavam no programa do Governo”, acusa.