Os números verificados com as viagens aéreas, na ligação Lisboa/Madeira/Lisboa, são astronómicos para este Natal. Um escândalo, mesmo atendendo a que, numa relação comercial, é preciso ter em conta o binómio oferta/procura. A TAP vai arrecadar, só com a medida das viagens dos estudantes, um montante aproximado ao meio milhão de euros, uma vez que as viagens rondam, em média, há meses, os 500 euros, havendo casos de viagens a 700 euros, uma vez que existem datas, como por exemplo 2 de janeiro, em que a transportadora aérea nacional, que tem andado “debaixo de fogo” pelos preços e pelos cancelamentos, não colocou mais aviões na programação, estando a capacidade esgotada há meses, exceção das tarifas em Executiva.

Além disso, a título de referência, há quem tenha marcado viagem na TAP, Lisboa-Funchal (21 de dezembro) e Funchal-Lisboa (2 de janeiro), em agosto, portanto quatro meses antes do Natal, envolvendo já um custo de 656 euros. Mais: uma pesquisa simples, agora no que toca à empresa low cost easyjet, permite verificar que um trajeto Funchal-Lisboa, a 1 de janeiro, custa a “módica” quantia de 689 euros. Um conjunto de valores que torna incomportável a urilização da rota da Madeira para a época de Natal e Fim de Ano, sem que os inúmeros debates tenham oferecido quaisquer mais valias em termos de soluções concretas.

O Funchal Notícias sabe que as agências andam numa “roda viva” para encontrarem as soluções mais económicas que satisfaçam os clientes, sendo certo que no que toca aos estudantes, com viagens a estes preços elevados, a receita será, também, elevada. São cerca de 1500 os processos que deram entrada, relativamente a viagens de estudantes madeirenses que se encontram no Continente e vêm passar o Natal à Madeira usufruindo da medida que o Governo Regional adotou e que permite o pagamento único de 65 euros por cada uma das 8 viagens (trajetos) anuais.

O Funchal Notícias apurou que os números são astronómicos em termos de valor que a TAP vai arrecadar com esta solução encontrada pelo Executivo Madeirense, uma vez que as viagens, em média, situam-se acima dos 500 euros, o que na prática, tendo em conta o número de processos e viagens correspondentes, permite à TAP embolsar uma verba muito aproximada ao meio milhão de euros.

Estes montantes registados fizeram com que muitos estudantes tivessem que pagar, não os 65 euros no teto de 400, mas 130 (65 por tajeto) com a divisão de marcações por trajetos em separado, tal como acontece  com qualquer madeirense, que neste caso paga 172 euros correspondentes, fazendo as marcações separadamente. Ainda assim, mais acessível do que marcando em conjunto e pagando o remanescente entre o preço elevadíssimo das tarifas e os 400 euros de teto máximo para beneficiar do subsídio. Se um trajeto custar 320 euros e outro 350, a TAP arrecada 670 euros, sendo que no caso dos estudantes paga 130 euros.

O reembolso pode ser feito em separado, não obstante o FN saber que os CTT, por vezes, colocam algumas reticências naquilo que se prende com a conjugação dos dois trajetos, situação que está protegida pela regulamentação em vigor.

Esta realidade coloca o preço das viagens em patamares verdadeiramente surpreendentes, exigindo das partes envolvidas uma intervenção mais célere e mais eficaz para que o destino Madeira não seja tão penalizado como o que acontece neste momento, numa época de grande procura e que, por isso mesmo, deveria merecer uma intervenção adicional por parte das companhias que operam no mercado, dando resposta ao serviço que prestam na rota.