Ilhas Selvagens distinguidas com o prémio “Global Refuge Award” pela conservação da vida marinha

Foto LR

As ilhas Selvagens conquistaram um prémio prestigiado, para a conservação da vida marinha, anunciou o “Marine Conservation Institute”  O “Global Ocean Refuge Award” foi concedido hoje na “2018 Our Ocean Conference”,um fórum realizado em Bali, na Indonésia, e onde representantes de cerca de uma centena de países e milhares de especialistas dedicados à conservação da vida marinha se reuniram.

O “Marine Conservation Institute” agrupa cientistas marinhos e apologistas da protecção do meio ambiente, dedicados a “salvar a vida oceânica para a nossa geração, e para as gerações futuras”. O objectivo da organização é o de que ajudar a cria um sistema mundial de áreas fortemente protegidas, para assegurar a biodiversidade e abundância da vida marinha. O Instituto referido criou ainda o banco de dados mais completo relativo à vida marinha, o “Atlas of Marine Protection”.

As Selvagens vêm, assim, juntar-se a um grupo de dez áreas protegidas, que concretizam o “Global Ocean Refuge System”. Estas ilhas portuguesas, considera o Instituto que lhes atribui o prémio, preenchem os mais exigentes padrões científicos para a protecção da biodiversidade, e são um contributo deveras importante para a protecção das espécies marinhas.

A rede criada pelo Global Ocean Refuge deverá contribuir de forma decisiva para obter protecção especial para 30% dos locais mais críticos do planeta, por volta de 2030, estimam os cientistas. O principal objectivo da distinção que agora foi atribuída a esta reserva natural do arquipélago da Madeira é o de conceder um reconhecimento especial às nações, aos decisores políticos e aos responsáveis pelos locais de protecção ecológica, no sentido de incentivar melhor protecção dos oceanos um pouco por todo o mundo.

De acordo com o Instituto, as ilhas Selvagens compreendem um dos últimos ecossistemas marinhos intactos do Atlântico norte e mantém uma grande diversidade de espécies de peixes numa área pequena. Abundam moluscos, crustáceos e gastrópodes.

Ao aceitar o prémio, Paulo Oliveira, director do Instituto das Florestas e da Conservação da Natureza da RAM, referiu que a reserva natural das Selvagens foi criada em 1971, e é uma das primeiras áreas marinhas protegidas da Europa. “Foi uma longa mas recompensadora viagem”, disse o responsável, “e representa um grande reconhecimento e encorajamento para continuar a acreditar que podemos ter melhores e mais saudáveis oceanos no nosso planeta”.

As Selvagens vieram juntar-se a outras seis áreas ao redor do mundo que partilham muitas das suas características, trazendo o número de vencedoras do Global Ocean Refuge Award a uma dezena. São elas o “Exuma Cays Land and Sea Park”, nas Bahamas, a reserva marinha de Cape Rodney-Okakari Point, na Nova Zelândia, a reserva natural marinha de Cerbère-Banyuls, França, o santuário de recifes de coral de Chumbe Island, na Tanzânia, o Wilsons Promontory Marine National Park, na Austrália, e a reserva marinha privada de Misool, na Indonésia.

Paulo Oliveira (foto de arquivo, aquando da visita do ministro da Defesa às Selvagens) recebeu o prémio em Bali, Indonésia. Foto Rui Marote

Estes novos sete “parques azuis” que cobrem mais 3,243,6 quilómetros quadrados de oceano tornam Sarah Hameed, cientista-chefe e directora do “Marine Conservation Institute”, particularmente orgulhosa. “Cada um deles tem uma equipa directiva forte, um plano claro para conservar a biodiversidade e um sistema efectivo de controle e vigilância”. Muitas reservas marinhas, refere o Instituto, são conhecidas por existir mais no papel do que na realidade; estas são aquelas que efectivamente funcionam segundo altos padrões de protecção. E o reconhecimento das mesmas encoraja outros governos a adoptar medidas tão importantes como as que são efectivamente implementadas nas áreas protegidas premiadas.

Os vencedores hoje anunciados juntam-se a uma lista prestigiada de refúgios oceânicos que inclui o Papahānaumokuākea Marine National Monument, o Malpelo Fauna and Flora Sanctuary, ou o Tubbataha Reefs Natural Park. As nomeações para as candidaturas de 2019 começarão em Janeiro.