O vice presidente do Governo Regional voltou hoje a protagonizar um momento que, em tempos, o lançou para a ribalta da informação quando disse que o trabalho, hoje, não pode ser das nove às cinco, situação que mereceu então fortes críticas de diversos setores. Voltou “à carga” e disse esperar novas reações, o que não o impedirá, como reforçou, de manter esta posição. Sabia exatamente os reflexos do enfoque que iria dar, uma vez mais, a esta ideia. Foi na entrega de certificados da 8ª Oficina do Empreendedor.

Calado deu a receita de sucesso, na vida, com um exemplo que viu num ex-desempregado: “Fez a sua empresa, trabalha todos os dias, não tem fins de semana”. Com um reforço para os jovens: saiam da sua zona de conforto e não pensem na Função Pública. No global, o vice de Albuquerque sabe que as suas palavras vão dar que falar. Não é para menos.

Pedro Calado disse, nesse ato público, que “é preciso mudar mentalidades e abrir a cabeça, não pensar que por estarmos numa ilha, uma Região Ultraperiférica, não podemos conhecer mundo”, sublinhando que “os jovens, hoje, estão muito melhor preparados e com mais apoios”.

O vice presidente do Governo Regional, pelo meio dos números, anunciando que a Região, com estes apoios, já influenciou 1800 pessoas e acentuando que “já conseguimos lançar ideias, projetos e empresas, com pessoas que tinham dificuldades, tiveram coragem e hoje são bem sucedidos”, foi direto ao assunto que queria fazer incidir a sua intervenção, dizendo mesmo que “esse sucesso não se mede por aquilo que é habitual vermos na praça pública, que é um funcionalismo público de horário das nove às cinco, que é um modelo já esgotado, não podemos ter essa ideia na cabeça que o mercado de trabalho é das nove às cinco”.

Pedro Calado não sabe as razões pelas quais ainda a Região tem um desemprego de 8% “quando eu vejo o mercado de trabalho com empresas que precisam de pessoas em todos os setores de atividades. Muitas vezes falo com as pessoas e têm a ideia que gostavam de trabalhar para a Função Pública. Pelo amor de Deus, tirem essa ideia da cabeça, isso deve ser como recurso. O sucesso não foi feito na Função Pública, foi feito nestas incubadoras, com projetos que arrancaram e se desenvolveram”.

O vice de Albuquerque lembrou ter encontrado, na cidade do empreendedor, um ex-desempregado que “teve a coragem de lançar o seu projeto e hoje fatura 10, 12 mil euros por mês. Mas trabalha todos os dias, não tem fins de semana, porque acredita naquilo que fez e dá emprego a outras pessoas. É isto que precisamos, é isto que vos peço, saiam do vosso conforto, da estagnação, da ideia que bom, bom é trabalhar no Governo, das nove às cinco”.