Air Madeira / Air Zarco à venda

Está à venda a euroAtlantic Airways, outrora conhecida como Air Madeira e Air Zarco, autoavaliada em 130M€.  Foi fundada em 1993 por Tomaz Metello, principal acionista, com o nome Air Zarco. A Depois reformulou a sua marca e renomeou-a como Air Madeira. Desde 2000 ostenta o nome atual euroAtlantic Airways. Na sua fundação esteve também Grupo Pestana, acionista durante alguns anos. Voei três pernas na euroAtlantic Airways, Lisboa-Cancún-Varadero-Lisboa em 2000, todas num Lockheed L1011 Tristar de matrícula CS-TEB. Este trireator foi adquirido à TAP Air Portugal em 1997, tendo sido um dos últimos produzidos. Na fuselagem esteve pintado o nome “Naughton Simão”, que se não me engano era sogro de Dionísio Pestana, e “flight engineer” na TAP.

Sumária análise dos prós e contras para um potencial comprador:

Pontos fortes:

  • Negócio rentável;
  • Boa reputação no mercado charter e ACMI (voo para outras companhias, como a Varig, Etihad, etc.);
  • Certificado de operador emitido dentro da União Europeia;
  • Excelente histórico de segurança de voo;
  • Pessoal com muita experiência (administração / pilotos);
  • Podem pedir frequências / slots em igual direito que outra airline portuguesa (ou europeia);
  • Estruturas de custos baixas;
  • Alguns ativos (aviões).

Pontos menos atrativos:

  • Frota algo antiquada, mesmo com as adições de B767-300 mais recentes, e quase toda de longo curso, a implicar forte investimento se a estratégia mudar;
  • Pouca experiência em voos regulares, e não funcionar em hub (os voos para São Tomé, operados pela sua subsidiária STP Airways, representam poucas frequências por semana);
  • Marca pouco conhecida perante o consumidor final, especialmente fora do país;
  • Não pertencer a nenhuma aliança (STAR Alliance, por exo.) nem ter acordos de “code share”.

Um exercício – puramente especulativo – das várias tipologias de possíveis interessados:

  • Concorrentes diretos para fortalecerem e consolidarem a sua posição (como a hifly ou White);
  • Turismo: operadores como a Orbest ou grupos hoteleiros (madeirenses, até) para trazerem clientes de mercados do seu interesse, tal como foi a sua génese;
  • Pequenas companhias a quererem dar o salto para a aviação a jacto, como a Sevenair;
  • Grandes airlines a quererem implantar-se na península ibérica tanto a voar de cá como a ter custos baixos para voar seja de onde for na Europa. Exo: Level “Iberia”, Joon “Jet”, Eurowings “Luso”, Norwegian “Longo Curso”. Duvido de loucuras como Etihad “Europe”, Qatar “West”, Singapore “Atlantic”, ou entrada de capital chinês. As americanas também duvido, apesar da Delta estar presente no Reino Unido através da posição acionista na Virgin.

Nestes 25 anos a euroAtlantic  Airways afirmou a sua excelência no mercado e dignificou a aviação nacional. A euroAtlantic  Airways foi a primeira companhia portuguesa a operar o Boeing 767, o Boeing 757 (a Air Columbus teve um pintado que não chegou a ser entregue),o Boeing 737 New Generation e o Boeing 777.  Operou o primeiro 767-300BDSF, i. e. um avião de passageiros convertido para cargueiro pela empresa israelita Bedek.

Honraram o descobridor da Madeira elevando o seu nome aos céus (foi também nome de batismo de um Airbus A330-200 que voa na TAP Air Portugal)

Espero que voe por muitos mais anos, seja com este ou outro nome.