BE critica “cinismo sem limites do PSD” quanto à operação ferry

O Bloco de Esquerda criticou hoje o “cinismo sem limites do PSD”, pois considera que “o Governo Regional do PSD tudo fez para que a operação ferry não existisse ou que fosse um fracasso e agora dá uma cambalhota e vem cinicamente festejar o sucesso da operação”.

Acusando o GR do PSD de ter “inventado obstáculos ao ferry Armas que operou entre 2008 e 2011, com “agravamento das taxas portuárias e entraves ao transporte de carga”, o Bloco acusa o GR de montar “uma farsa de concurso público, com limitações ao transporte de carga no caderno de encargos, com o intuito claro de afastar potenciais interessados e fazer crer aos madeirenses que a operação não é viável (…)”.

“O armador que operou entre 2008 e 2011 não recebeu apoios do Estado e até pagou um milhão em taxas em 2011. Requereu uma segunda ligação semanal e investiu num navio maior, mais rápido e mais estável. Dois indicadores significativos de que a operação é rentável, que não carece de apoios públicos se não forem levantados obstáculos artificiais”, considerao BE.

“Portanto”, conclui o comunicado assinado por Paulino Ascensão, “não há necessidade da Região ou da República pagar quaisquer indemnizações, há apenas necessidade de não atrapalhar com taxas portuárias desincentivadoras ou com restrições à carga, pois a carga é essencial para a viabilidade da operação, dado que não padece de sazonalidade, ao contrário do transporte de passageiros”.

“O anúncio tardio da operação, o tarifário absurdo para o transporte de carga, o serviço deficiente prestado a bordo na restauração e na limpeza, a tripulação reduzida e insuficiente, são aspectos de um cenário montado com o intuito de afastar potenciais interessados, de proporcionar uma má experiência a quem viajou no ferry e de não beliscar o negócio monopolista dos porta-contentores da mesma ENM”, acusa Ascensão.

Para o bloquista, “é puro cinismo festejar este sucesso é desfaçatez exigir o pagamento pela República – tal pagamento”.