TAP não discrimina Madeira, as tarifas são menores do que as registadas antes da privatização, foi isto que o presidente da companhia disse no Parlamento

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Antonoaldo Neves diz que a TAP não está a discriminar a Madeira e aponta o valor da tarifa média para a Região: 101 euros. Foto Expresso

“A TAP não discrimina a Madeira, muito pelo contrário. Foram feitas parcerias para transportar os estudantes, não há cancelamentos diferenciados, a nossa tarifa média para a Madeira é de 101 euros”. As declarações são do presidente executivo da companhia aérea portuguesa, hoje na Assembleia da República, no âmbito de uma audição na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Antonoaldo Neves está a ser ouvido no Parlamento e abordou a operação da Madeira, que tem suscitado acesa polémica em função do cancelamento de voos por “motivos operacionais” e preços das passagens considerados “elevadíssimos” pelas autoridades regionais e, na generalidade, pelos madeirenses, mas classificados de “módicos” pelo próprio presidente da TAP. Revela o CEO da companhia que “foram abertos “mais 11 mil lugares para a Madeira”, considera que “as tarifas são menores hoje do que eram antes da privatização, há exemplos de tarifas. Trabalhamos com tarifas médias”

Dos cancelamentos, admite que a TAP “passou por um desafio enorme, em abril, maio e junho, houve um negociação sindical”. Revela que, antes, “a TAP tinha um acordo tacito para que os trabalhadores voassem em dias de folgas, em dias de férias. Comigo isso não vai acontecer. Fizemos um acordo, regularizamos essa questão e hoje os pilotos têm incentivos muito fortes, que não eram verificados no passado”. Esclarece que a companhia tem grandes prejuízos com os cancelamentos.

Antonoaldo Neves afirma que “para formar um piloto são necessários sete meses. Estamos num trabalho enorme para formar pilotos, com salários atrativos, com a convicção de que a questão dos cancelamentos está resolvida, não de forma estrutural, porque faltam ainda pilotos na TAP, mas progressivamente solucionada”.

Relativamente à questão dos ventos no Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo, o CEO da TAP coonsidera que a situação “não é medida por frequência mas por intensidade. Quando passa dos limites, não operamos no aeroporto”.

O deputado do PCP Bruno Dias considera que é preciso distinguir os que fazem férias e os que vivem na Madeira, sendo o mesmo sistema de marcação de passagens, quando às vezes não é possível marcar com grande antecedência. “As populações da Madeira devem ser discriminadas positivamente. Sempre avisámos que isto ia acontecer. Desmentiram-nos e disseram que estavamos a ver fantasmas, mas está a acontecer precisamente o que dissemos”.