Sinais de desleixo de uma cidade que se quer ordenada

Fotos: Luís Rocha

Há situações que, pela sua proliferação, se tornam algo caricatas. Tempos houve em que a Câmara Municipal do Funchal entendeu por bem colocar pinos metálicos pintados de verde, como cogumelos, um pouco por todo o lado, impedindo o estacionamento ou a circulação em cima dos passeios.

No entanto, os mesmos têm sido derrubados desde há meses, em zonas onde não decorrem obras, e é vê-los ao abandono, encostados às paredes, enquanto algum ladrão mais criativo não os utiliza, tarde da noite, para arrombar algumas portas de casas ou montras de lojas.

Entretanto, os inestéticos buracos deixados no sítio onde em tempos se ergueram vão aumentando, estragando a calçada portuguesa e ameaçando os transeuntes com possíveis quedas.

Também na Avenida Arriaga, os pilares que delimitam a circulação automóvel por cima da placa central estão derrubados e jazem por ali, ao abandono. A princípio era um, depois o número aumentou para dois, agora são três…

Como um mau exemplo do desleixo com o mobiliário urbano temporário no centro da cidade, permaneciam também ainda ontem ao final do dia, na placa central, o “restos mortais” dos toldos uma barracas ali erguidas por causa de um certame passageiro. Será assim tão difícil retirar aquilo antes do feriado em que se comemorava o Dia da Cidade do Funchal? Tal como era difícil ter esvaziado os caixotes do lixo que, na manhã do dia 21, ainda ornamentavam as proximidades da praça do Município onde se procedia à sessão solene? Fica a interrogação.

Na prossecução do questionamento destes apontamento urbanos duvidosos, proliferam actualmente na Rua do Bom Jesus as saídas multicoloridas de tubos de plástico que albergam cabos eléctricos e de comunicações. Nada a objectar, à partida. Mas fica o alerta, não vão estes arranjos de trazer por casa, aparentemente temporários, eternizarem-se, com este, mais à frente, na Rua João de Deus.