Binter não voou por não estar a ser cumprido o contrato, Governo Regional diz que madeirenses estão a ser tratados como portugueses de segunda

quinta vigia
A Quinta Vigia emitiu uma nota onde confirma que houve incumprimento do contrato com a Binter, por parte do Governo da República, resultando daí todos os cancelamentos

O silêncio tanto da companhia aérea Binter como do Governo da República face aos protestos da Região sobre os sucessivos cancelamentos de voos para o Porto Santo, levaram o Governo Regional a fazer averiguações próprias, permitindo assim “concluir que tinha havido negligência por parte do Governo da República em todo o processo concursal e que a Binter não estava a voar porque o contrato não estava a ser cumprido. Ou seja, tinha terminado o ajuste direto e a companhia não voava enquanto a situação contratual não ficasse regularizada”.

Estas informação foi dada há pouco pela Quinta Vigia, em comunicado, onde acusa o Governo da República de estar a tratar os madeirenses como “portugueses de segunda”. Diz a presidência do Executivo Madeirense que “hoje confirmou-se o que o Governo Regional tem vindo a afirmar em relação ao contrato de concessão para a exploração de serviços aéreos regulares na rota Porto Santo/Funchal/Porto Santo e aos problemas que essa mesma operação tem tido, com cancelamentos e atrasos de voos, em prejuízo dos utentes e, sobretudo, da economia do Porto Santo”.

Refere a mesma nota que a explicação dada de que tudo se devia a problemas atmosféricos, pela empresa e tacitamente assumida pelo Governo da República, não foi aceite pelo Governo Regional, que pressionou a companhia espanhola e o Governo da República no sentido de ser colocado imediato termo ao que se passava e ainda no sentido de apurar a verdade”.

A posição do Governo da República, ao anunciar a prorrogação, por mais dois meses, do contrato de concessão com a Binter, através de ajuste direto, “confirma, se dúvidas houvesse, quem falou verdade em toda esta situação. E confirmado que, de facto, o Governo da República não tinha acautelado a continuidade do ajuste direto. Ou seja, foi negligente”.

Lamenta Miguel Albuquerque, através do seu gabinete, que tenha sido preciso o protesto do Governo Regional e a sua pressão, bem como a da Comunicação Social,” para que o Estado avançasse com novo ajuste direto”.

E é neste contexto que reforça a posição que “este Governo da República continua a brincar com os madeirenses e porto-santenses. Esta postura de adiar as situações até ao limite, de não cumprir com as promessas, de atentar contra a Autonomia já é algo que, infelizmente, já começa a fazer escola junto do Governo da República, que deveria ser de todos os portugueses e de todos por igual”.