Incêndios em Monchique mas praias algarvias cheias de turismo, com comerciantes a notarem quebra ligeira no consumo

Nas serras de Monchique, os incêndios lavaram; na Praia da Rocha, os turistas aproveitam as férias nas belas praias algarvias. Fotos FN.

Os comerciantes registam uma quebra no afluxo de turistas em Lagos, Lagoa e Portimão. Curiosamente, as ruas algarvias pululam de turistas mas, dizem eles, o consumo é notoriamente mais reduzido. Já em agosto, os empresários fazem contas e consideram que, o ano passado, foi muito melhor em termos de vendas.

Os incêndios que lavram em Monchique deixam todos consternados. Mas, se não fosse algumas cinzas que sopram empurradas pela brisa suave, a quebrar o intenso calor, e ninguém daria pelo fogo que está novamente a alarmar Portugal, ante a impotência dos serviços públicos de proteção civil.  As belas e aprazíveis praias continuam a registar verdadeiras enchentes e a restauração, cada vez com maior qualidade e bem cuidada, rejubila com uma boa clientela, apesar dos elevados preços. Uma realidade que contratas com o “choradinho” dos comerciantes da marginal que salientam a quebra ligeira nas vendas.

O “Sr. Fonseca” é um dos rostos emblemáticos do comércio na Praia da Rocha. Os anos passam, com altos e baixos, mas o comércio vale sempre a pena.

O “Sr. Fonseca” é um dos rostos mais conhecidos da Praia da Rocha. Abriu o seu estabelecimento comercial , na marginal, no final da década de 60, quando o Algarve começava a despontar, timidamente, para a exploração turística. Investiu na comercialização de souvenirs, vestuário de verão e quiosque de jornais. Em 1999, assistiu ao boom do turismo no Algarve, acompanhado da explosão na construção de imóveis para tanta solicitação do turismo. “Vendeu-se muito. Foram anos dourados e gloriosos para todos aqueles que tivessem vontade de trabalhar”, recorda com saudosismo.

Os melhoramentos das ruas são evidentes e a construção de imóveis segue também uma linha mais ordenada, bem diferente do boom na década de 90.

Os anos passaram. As vendas continuam a ser generosas para os empresários que fazem do verão o grande aforro para o ano inteiro, apesar de Setembro e meses seguintes acolherem um outro tipo de turismo. Neste momento, “agosto é mês mais fraco”, comenta o empresário Fonseca, reiterando sempre que “o melhor cliente é sempre o português porque é aquele que compra mais”. Na verdade, quem conhece o negócio sabe que, “há muito turismo a passear, mas já vem com os trocos bem contados porque é evidente que o poder de compra deles baixou significativamente. O francês é desconfiado e um cliente difícil. De resto, os alemães e ingleses continuam a preferir o Algarve, mas são controlados nas despesas. O português gosta sempre de levar umas recordações para casa e ainda compra alguma coisa”.