Veterano desafia Rali a mudar figurino da prova, acabar com a PEC na Avenida do Mar e a trazer maior leque de pilotos

Rui Paquete considera que a Organização deveria ter alargado mais o leque de pilotos em nome da competição.

A dinâmica e operação do Rali Vinho Madeira exige muito trabalho, muito jogo de cintura e diálogo. Habituado a estas lides, Rui Paquete recomenda à organização que já era tempo de mudar o figurino da prova e defende que o leque de pilotos deveria ser mais variado por forma a estimular a salutar competição entre eles.

Além disso, uma questão sensível é o número de porta. Rui Paquete opina: “Muito se tem falado e tenho lido quanto à atribuição dos números de porta dos pilotos, pois a mesma é sempre uma tarefa muito difícil e delicada, nunca conseguimos agradar a todos, pois eu nunca consegui. Mas os organizadores têm de seguir algumas regras. Primeiro, os pilotos com notoriedade Internacional, depois notoriedade Nacional e, a partir daí, o critério é de livre arbítrio da organização, levando sempre em conta os melhores classificados nos campeonatos Nacionais e Regionais”.

Miguel Nunes com número alto

Naturalmente que persistem as diferentes opiniões. Rui Paquete expressa-o: “Quero aqui deixar a minha modesta opinião quanto ao número de porta do Miguel Nunes, pois acho que não deveria ser tão alto. Acho que seria justo a troca do Basso com o Miguel. Pelas pesquisas que fiz, não encontro o Basso como piloto com qualquer notoriedade. Nem sei qual o critério aqui aplicado. Mas a qualquer piloto assiste o direito de um pedido de revisão da sua ordem de partida, pois NÚMERO de porta é uma coisa, e a ordem de partida pode ser alterada por decisão do Colégio de Comissários Desportivos”.

Alterar 1ª PEC Avenida do Mar

Em relação a 1ª PEC (Prova Especial de Classificação) da Avenida do Mar, Rui Paquete considera que “a mesma deveria ser (num futuro) alterada, pois é uma prova em que o espetáculo é mínimo em virtude dos pilotos não poderem nem quererem arriscar muito. Na verdade, o mínimo deslize será o mesmo que dizer “terminamos o Rali”, assim como, não podendo arriscar muito, podem perder aí 1,2,3,4 etc , segundos, o que poderá no final levar a perder um Rali. Acho que a Organização deveria repensar  noutro molde da mesma,  tendo,  na minha opinião, duas alternativas: 1ª hipótese: uma  “CITY-STAGE “ . O que é uma City Stage? Conforme previsto no Regulamento Nacional e Internacional do desporto Automóvel, é uma prova para substituir a Super – Especial em termos de pontuação no relatório de observação da prova. Esta Prova seria obrigatória no início do evento, para todos os concorrentes e com tempo máximo. O tempo da prova não contará para o tempo final do Rali. 2ª hipótese: uma prova no Final do Rali aberta a todos os concorrentes inscritos, cujo tempo não contará para a classificação final”.

Há que mudar o figurino da prova

Os anos passam e a experiência que se vai acumulando por parte de quem conhece por dentro a operação também leva a sugerir algumas mudanças. Neste sentido, Rui Paquete deixa um repto à organização do Rali Vindo Madeira: “ Com tantas estradas novas que têm sido construídas, acho que já era tempo de mudar o figurino da prova. Continuo a batalhar num grande problema que o Rali Vinho Madeira tem há muitos anos, e que até hoje nunca houve problema , pois por vezes ou quase sempre os pilotos desconhecem os regulamentos. O problema que sempre me debati foi para que terminasse o conflito de interesses, que é proibido pelo CDI ( Codigo Desportivo Internacional) , e que diz o seguinte : “11.5 – CONFLITO DE INTERESSES- Os comissários desportivos, o director de Corrida, o director de Prova, os comissários técnicos, e o secretário da Prova não deverão ter nenhuma ligação com um comércio ou uma indústria que possa beneficiar directa ou indirectamente dos resultados da Competição.”

Este veterano das lides automobilísticas, propõe ainda “que haja uma classificação à parte com um prémio monetário para o 1º , 2º e 3º classificados”.

Aumentar patrocínios

Ao Funchal Notícias, Rui Paquete, nas suas sugestões, deixa para o fim a questão dos dinheiros.”Por fim, deixo a parte mais difícil de compreensão, com um aumento global de patrocínios por parte das entidades públicas de cerca 70.000 € , a diminuição brutal do custo do transporte das viaturas de prova, até de assistência. Não compreendo  qual foi a razão pela qual a organização não conseguiu trazer um maior leque de pilotos. Não querendo menosprezar a qualidade daqueles que estão inscritos, acho, todavia, que para os mesmos seria sempre bom terem como adversários pilotos diferentes e com outros carros”.

Para terminar o seu depoimento ao FN, Rui Paquete deixa alguns agradecimentos: “Quero aqui deixar uma palavra de AGRADECIMENTO ao excelente trabalho que tem sido feito pela RDP /M assim como pela RTP/M , pois sem eles o Rali não teria hoje a projeção que tem. Penso que em nome de todos os adeptos da modalidade, o nosso “Muito Obrigado pelo vosso Trabalho! Se não poder ir à estrada ver o Rali,  siga em direto pela RDP ou RTP Madeira. ASSISTA AO RALI EM SEGURANÇA. A todos desejo um BOM RALI….. QUE GANHE O MELHOR!”

Momento da homenagem da AMAK a Rui Paquete, com Pedro Calado,