Albuquerque anuncia iniciativa para o voto dos emigrantes nas eleições regionais e reafirma apoio aos regressados da Venezuela

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“Vamos apresentar para que os emigrantes madeirenses tenham a possibilidade de votar nas eleições regionais. Foto Rui Marote
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O Forum Global pretende uma abrangência de aproximação da Madeira às comunidades. Foto Rui Marote

Tinha um discurso escrito mas preferiu outro tipo de interação nesta mensagem para as comunidades. Foi hoje, na abertura do Forum Global, que no Funchal debate a temática da emigração, nas diferentes gerações, que o presidente do Governo Regional disse preferir uma intervenção “mais olhos nos olhos”, assente num improviso de dizer o que lhe vai na alma. Com o secretário de Estado das Comunidades a ouvir.

E foi neste “olhos nos olhos” que Albuquerque anunciou, com ovação da assistência, que “o Governo vai apresentar, num quadro de revisão constitucional e tendo em vista um parecer solicitado, a reafirmação da necessidade dos nossos emigrantes terem a possibilidade de votar nas eleições regionais. Entendemos que hoje, com os mecanismos disponíveis, é importante que os nossos emigrantes possam participar na vida da Região, constituindo um círculo de emigração”.

Outra nota referiu-se às comemorações dos 600 anos da Descoberta da Madeira e Porto Santo, com o presidente do Governo a reforçar que pretende levar essas comemorações junto das comunidades, inserindo-se no contexto de chegar, também, às novas gerações.

As comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo estarão em debate estes dois dias no Funchal, com a realização, hoje, do Forum Global, no Pestana Casino Park, e amanhã com um encontro dos conselheiros da Diáspora com Miguel Albuquerque, na Assembleia Regional.

Forum Global
A plateia ouviu de Albuquerque a promessa de apoio aos regressados da Venezuela sem “dicriminação”. Foto Rui Marote
Luís Carneiro
O secretário de Estado das Comunidades assegurou o apoio do Governo Madeirense à diáspora e à procura pela desburocratização. Foto Rui Marote

Albuquerque deixou no ar a questão “se foi ou não boa iniciativa política termos criado este Forum e o Conselho da Diáspora Madeira entre o Governo da Região e a própria Região com as nossas comunidades, perpetuando essa ligação às novas gerações”, mas de seguida deu aquela que é a sua convicção e que, em sua opinião, deu resposta a essa pergunta: “Tenho a convicção plena que esta modalidade de interação tem vindo a registar um grande sucesso e é um suporte para um acompanhamento que é fundamental para que as nossas comunidades sintam que é um ativo para a sua ligação à Madeira. A isso chama-se raízes, que significa identidade e matriz”.

O presidente do Governo diz que “aos filhos, netos e bisnetos dos madeirenses espalhados pelo mundo, é importante saberem as raízes, mais do que os investimentos. Somos uma sociedade aberta e global, que tem na sua diáspora um ativo decisivo e fundamental. Pela determinação, pela capacidade de trabalho, ter a esperança de melhorar a vida e da sua família, desde os tempos em que chegaram aos países de acolhimento. A diáspora deve ser um exemplo para Portugal se projetar para um País global”.

Neste “olhos nos olhos” com as comunidades, Albuquerque considera que “hoje, temos a obrigação de apoiar as nossas comunidades”, referindo o caso particular da Venezuela para apontar que o Governo Regional “irá fazer tudo para apoiar os nossos conterrâneos que regressam da Venezuela em condições de precariedade e não admitiremos qualquer tipo de discriminação, da mesma forma que, dentro do quadro daquilo que é possível, faremos tudo para apoiar a comunidade que lá vive, no âmbito dos mecanismos diplomáticos. Ainda recentemente, o secretário regional da Educação foi levar um suporte financeiro importante, para o Lar e para o Centro”.

Neste contexto de apoio à comunidade madeirense na Venezuela, Albuquerque garante que “todos os cidadãos regressados da Venezuela serão tratados como qualquer cidadão madeirense, da mesma forma que o sistema de ensino está a absorver. Temos também que reforçar o apoio no Centro de Emprego”, sendo que esta postura do Governo Madeirense terá complemento garantido por parte do Governo da República e por ação do secretário de Estado das Comunidades, Luís Carneiro, que tem a “confiança” do Governo Regional, como o presidente do Executivo fez questão de salientar.

Para o responsável do Governo da Madeira “é fundamental resolver a centopeia de mil cabeças, a burocracia. É importante termos a capacidade legislativa para facilitar a vida aos que regressam, resolver as equivalências”.