Alimentos transgénicos – alimentos geneticamente modificados

O O O que são alimentos transgénicos?
A transgenia é um processo pelo qual organismos de uma espécie são modificados geneticamente através da introdução de material genético de outra espécie, utilizando técnicas de engenharia genética. Assim, os alimentos transgénicos são derivados normalmente de sementes e plantas cujos materiais genéticos tenham sido modificados com o intuito de obter benefícios tanto para as plantações (tais como resistência a herbicidas, produção de toxinas contra pragas) como para os consumidores (aumento da qualidade nutricional ou produção de substâncias medicinais, por exemplo).
Os organismos geneticamente modificados podem ser definidos como organismos (plantas ou animais) nos quais o material genético (DNA) foi alterado de um modo que não ocorre na natureza por reprodução ou recombinação natural. A tecnologia é denominada frequentemente “biotecnologia moderna” ou “engenharia genética” e permite que genes selecionados individualmente sejam transferidos de um organismo para outro, mesmo em espécies não relacionadas, com o objectivo de acrescentar novas características à espécie que já existia naturalmente.
Para produzir estes organismos, também designados transgénicos, não se transfere apenas o gene ou genes que vão induzir determinadas características. É necessário também um marcador (que permita a distinção entre os organismos manipulados e os outros) e um promotor e terminador
(que permitam “copiar” o gene para o novo organismo).

É um conceito novo?
Há milhares de anos que o homem apura as culturas agrícolas através da seleção das melhores sementes, alterando lenta e mecanicamente os genomas das plantas. A novidade aqui é a velocidade em que este processo passa a fazer-se com a evolução da tecnologia genética.
Os alimentos geneticamente modificados surgiram como uma promessa de resolver o desafio da fome no mundo, reduzindo os custos de produção e do uso de agrotóxicos oferecendo produtos de qualidade superior, ao mesmo tempo potencialmente mais nutritivos e mais resistentes a pragas.
Os alimentos transgénicos começaram a ser introduzidos em maior escala no mercado mundial, particularmente no mercado americano, em 1996. Desde o início dos anos 2000, as culturas de alimentos transgénicos têm sido uma tendência global, principalmente a soja e o milho. Existem frequentemente em: aspartame. bolachas, tempura, farinha de milho, óleo alimentar…

Como distingui-los?
A regulação central sobre transgénicos na UE está estabelecida na Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho n.º 2001/18/CE, relativa à libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados (OGM). Esta Diretiva tem sofrido alterações e veio revogar a de 90/220/CEE, a partir de 17 de outubro de 2002.
Uma dessas alterações foi feita pelo Regulamento n.º 1830/2003/CEE, de setembro de 2003, relativo a rotulagem de OGM e rastreabilidade de alimentos para consumo humano e animal. É obrigatória a existência de rótulos nas rações e em todos os bens alimentares que contenham organismos geneticamente modificados numa dosagem superior a 1%, além da exigência de procedimentos com vista a assegurar o seu rastreio. Ou seja, se tiver mais de 1% de organismos geneticamente modificados, tem obrigatoriamente de estar indicado, mas se o valor for inferior, o
consumidor poderá nunca saber…

Vantagens e desvantagens deste tipo de alimentos:
As vantagens apontadas pelos produtores deste tipo de produtos são:
 Maior produtividade;
 Redução de custos;
 Maior quantidade de nutrientes;
 Plantas mais resistentes às pragas (insetos, fungos, vírus, bactérias) e aos agrotóxicos, inseticidas e herbicidas.
As desvantagens apontadas por quem não apoia este tipo de produção alimentar:
 Possível desenvolvimento de doenças;
 Desequilíbrio ambiental;
 Poluição do solo, da água e do ar;
 Desaparecimento de espécies;
 Perda da biodiversidade;
 Contaminação de sementes.

Serão seguros?
A probabilidade de existirem riscos para a saúde humana por contaminação através de alimentos transgénicos ou produtos obtidos a partir de organismos geneticamente modificados é tanto mais elevada quanto mais frequente e/ou mais prolongada for a exposição a estes organismos como é o caso dos trabalhadores que fazem manipulação, transporte e identificação de organismos geneticamente modificados e, especialmente, quando estes constituem ingredientes alimentares ou alimentos destinados ao consumo humano.
De acordo com o princípio da precaução (as relações de causalidade ainda não estão comprovadas), antes de ocorrer a libertação deliberada no ambiente ou colocação no mercado de organismos geneticamente modificados, ou de um alimento/ingrediente alimentar que consiste ou é obtido a partir desses, existem vários aspetos relacionados com possíveis efeitos adversos para a saúde humana que têm vindo a ser analisados pelas instituições de saúde competentes desde há alguns anos, nomeadamente, no que refere à patogenicidade, alerginicidade, transferência de genes de resistência aos antibióticos, estabilidade biológica da sequência genética inserida no
organismo transgénico e a composição nutricional do produto geneticamente modificado em comparação com o mesmo produto não geneticamente modificado. As questões que têm levantado mais polémica são o uso de genes marcadores que podem aumentar a resistência a antibióticos no homem e nos animais e de vírus e bactérias promotores e terminadores que podem permitir eventuais recombinações fora do hospedeiro.
A minha opinião é, sempre, escolher alimentos locais, preferindo os da época e se possível de produção biológica.

O logotipo biológico da UE apenas é utilizado se o produto em causa for produzido em conformidade com os requisitos legais da União Europeia. Quanto menor a distância viajada pelo alimento desde o produtor até ao consumidor, menor será o uso de pesticidas, agrotóxicos. E menor será também a “pegada ecológica”.