Rio em vésperas do Chão da Lagoa diz que não procura margem à direita mas sim ao centro e à abstenção

Rio Portugal
A poucos dias da deslocação à Madeira para participar na Festa do Chão da Lagoa, Rui Rio disse ontem, à TVI, que um dos aspetos essenciais para uma liderança é a credibilidade, referindo-se à sua gestão no partido.

O líder nacional do PSD vem à Madeira numa conjuntura difícil para o partido no todo nacional, por força de recentes sondagens que não são favoráveis ao que se esperava como resultado da gestão de Rui Rio, sendo que se mantém na governação naquele que tem sido um bastião social democrata, precisamente o espaço “laranja” onde se movimentará no próximo fim de semana, com particular incidência na Festa do Chão da Lagoa, domingo.

Rio tem em agenda um encontro com o Governo Regional e uma presença naquela que tem por hábito ser uma demonstração de força social democrata madeirense. Para mais, este ano num contexto de contencioso entre a Região e o Governo da República, face à existência de várias questões pendentes, de que o novo Hospital é exemplo, além de um outro contexto partidário regional que é o facto do PSD de Albuquerque enfrentar, nas eleições de 2019, uma candidatura do atual presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo, à presidência do Governo Regional integrando as listas do PS-M.

Ontem, em declarações à TVI, Rui Rio considerou que nas próximas eleições europeias, em 2019, “ao PSD, é fundamental subir e preferencialmente ganhar. Se não subir, é mau. Se ganhar, é muito bom. A margem que eu procuro não é à direita, é ao centro, aos socialistas que não se reveem nesta solução de governo, e ainda à abstenção”, disse. Defende uma liderança com cariz de credibilidade, que demonstre competência e sublinhou uma caraterística que mesmo no próprio partido pode não ser bem entendida, não votar contra só porque vem do PS. Por isso, nada diz relativamente ao próximo Orçamento de Estado, porque não está feito e, por isso, não tem uma posição tomada. Embora relativamente a esta questão, esteja convencido que o Orçamento vai passar viabilizado pela esquerda.

Esta atitude, diz, enquadra-se na tal “credibilidade” que “um líder de partido deve ter”. Isto porque, como refere, acima de tudo “está o País”. Aponta que não se conseguem resultados com “corrida de 100 metros”, mas também sublinha que não é “maratonista”, situa-se no meio dessas distâncias.

Admite que o desemprego baixou, mas tem uma leitura quem em termos de futuro, não beneficia o País, considerando que o emprego entretanto criado assenta num modelo económico que não cria produção de valor acrescentado. E vamos andar pelos valores baixos dos salários”.
Revela que o modelo de crescimento português deve ser garantido pelas exportações, que têm vindo a baixar. E defende, para o País, um governo que faça essa aposta e não um governo que aposte no consumo, como diz ser o caso daquele que neste momento lidera o País, com António Costa à frente.
Nesta entrevista, Rio abordou as reivindicações dos professores, que considerou justas. E disse estar convencido que o Governo já tem uma solução, que pensa vir a constituir moeda de troca para fazer passar o Orçamento. Quanto às 35 horas semanais, considera ser “uma irresponsabilidade”, resultante da promessa socialista feita em 2015 e “que agora tem que cumprir. É simpático para os trabalhadores, mas muito antipático para os portugueses”.