BE critica situação salarial dos trabalhadores da Empresa de Electricidade da Madeira

O Bloco de Esquerda/Madeira deu hoje conta dos resultados de uma reunião efectuada com representantes do STEEM – Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Electricidade da Madeira e da comissão de trabalhadores da EEM, com o objectivo de discutir os problemas que preocupam os trabalhadores daquela empresa.

“Os trabalhadores da EEM estiveram equiparados aos da EDP até 2012. Por força da bancarrota da Madeira e do plano de ajustamento (PAEF) imposto pelo governo de Passos e Portas (com ajuda de Miguel Albuquerque) e aceite por Jardim viram os seus salários congelados até 2017”, constata o BE.

Terminados os efeitos do PAEF, estes trabalhadores pretendem voltar a estar equiparados aos salários dos trabalhadores da EDP – não pedem os retroactivos relativos aos cinco anos em que estiveram “congelados” e suspensas algumas regras do Acordo de Empresa, mas apenas ser recolocados no mesmo patamar em 2018 que os seus congéneres do continente.

Contudo, responde o Bloco, a empresa responde que não tem capacidade financeira e propõe-se fazer a recuperação dos salários em cinco anos. “Este argumento é frágil e falacioso, porquanto a EEM registou uma poupança inesperada durante cinco anos (2012 a 2017), por força do PAEF, em que não aplicou os aumentos salariais previstos no acordo de empresa”, denuncia o Bloco.

Acresce que os custos suportados pela EEM são comparticipados pela Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE) para garantir o nivelamento tarifário entre a Madeira e o território continental, para compensar os custos acrescidos da produção de energia nas regiões autónomas. Portanto o acréscimo de custos com pessoal que a EEM suportará com a equiparação dos salários aos dos trabalhadores da EDP, será repercutido na ERSE e comparticipado por esta, opina o Bloco de Esquerda.

O Governo Regional, que tutela a EEM, quer que os trabalhadores do sector da eletricidade na Madeira sejam mais pobres que os seus congéneres do continente?, questiona esta força política. “Não tem consciência que o custo de vida na Madeira é mais alto e que a haver diferença salarial deveria ser de sinal contrário – salários mais altos na Madeira que no continente”.