OCM encerra temporada com concerto no sábado, dia 14 de Julho, no Teatro Municipal

 

A Orquestra Clássica da Madeira vai encerrar a sua temporada com um concerto protagonizado pelo consagrado pianista português António Rosado.

“Para este especial concerto, temos no programa o Concerto para Piano e Orquestra de Tchaikovsky, pelas mãos do conceituado e premiado pianista internacional português António Rosado, e na segunda parte uma das obras mais importantes do repertório sinfónico português, a 4ª sinfonia de Joly Braga Santos dedicada “À Juventude Musical Portuguesa””, explica Norberto Gomes, director artístico da OCM. A dirigir este concerto estará o maestro Martin André, convidado regular das temporadas da OCM.

Neste concerto da orquestra com formação sinfónica, além dos jovens profissionais que integram e reforçam a orquestra, com base na nossa responsabilidade na formação de jovens músicos, participam 13 formandos do Conservatório em estágio artístico e pedagógico.

Norberto Gomes salienta, neste final de temporada, a qualidade dos solistas que a Orquestra Clássica da Madeira tem trazido à Região, nomeadamente músicos das mais conceituadas orquestras da actualidade, entre elas a Berliner Philharmoniker, Royal Concertgebouw Orchestra ou Orquestra Nacional do Porto, entre outras, e solistas e maestros de destaque do panorama musical internacional.

“Foi uma proposta artística atenta, ambiciosa e ponderada, com uma concepção artística integrada e integrante. Conscientes dos jovens valores da nossa região que se vão formando com excelência, da nossa integração nacional e entendimento da actividade internacional na nossa área, a OCM é hoje uma entidade a prestar um serviço público com o objectivo maior de servir a música e os seus ouvintes, sabendo reconhecer e sabendo beneficiar do mérito dos músicos e dos compositores.  Foi uma programação compacta e rica na sua diversidade, dando a ouvir obras de todos os tempos. Também do nosso tempo, convidando compositores da actualidade, onde demos a ouvir as suas inspiradas criações. Foi uma temporada também de estreias. Estreias absolutas, estreias regionais e nacionais estando a OCM contribuindo com este património musical para as futuras gerações”, congratula-se o director artístico da Orquestra.

Norberto Gomes salienta ainda que numa óptica de relação entre a música e a natureza, “tivemos também nesta temporada um artista associado, Filipe Gomes, que através da sua sensibilidade deu a conhecer ao nosso público surpreendentes paisagens e recantos das nossas ilhas. Promovendo a beleza da nossa natureza, adicionámos à nossa temporada este elemento do Criador que surpreendeu pelo encanto das suas tonalidades. Para este concerto, apresentamos uma inspirada fotografia do Funchal-Vista Cabo Girão”.

Os bilhetes custam entre 20€ e 5€ e estão disponíveis na bilheteira do Teatro Municipal Baltazar Dias.

Maestro Martin André

Martin André frequentou a Yehudi Menuhin School (onde estudou piano) e estudou música na Universidade de Cambridge. Fez a sua estreia profissional dirigindo uma versão de câmara da Aida para a Ópera Nacional de Gales, onde passou várias temporadas como maestro residente. Durante este período trabalhou um vasto reportório, dando particular atenção ao séc. XIX italiano.

Entre 1993 e 1996 foi Diretor Musical da English Touring Opera, dirigindo óperas tanto em Londres como em digressões por todo o Reino Uno na Ópera ido. Em 1996 foi galardoado com o Arts Foundation Conducting Foundation.

Martin André é o único maestro que já dirigiu todas as grandes companhias de ópera britânicas. Desde que deixou o seu cargo na Ópera Nacional de Gales, tem-se apresentado à frente da Royal Opera House, Glyndebourne Touring Opera, Ópera da Escócia, Ópera Nacional Inglesa, Opera North e Ópera da Irlanda do Norte. Em 2000 dirigiu uma produção gravado ao vivo para a BBC de Londres de Le Nozze di Fígaro.

Atualmente divide a sua carreira profissional entre os teatros de ópera e as salas de concerto, dirigindo reputadas orquestras.

A sua carreira internacional inclui compromissos na África do Sul, Albânia, Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Holanda, Israel, Itália, Noruega, Nova Zelândia, Portugal, República Checa e Suíça.

 

António Rosado, solista

Dele disse a revista francesa Diapason que é um “intérprete que domina o que faz. Tem tanto de emoção e de poesia, como de cor e de bom gosto.”
António Rosado tem uma carreira reconhecida nacional e internacionalmente, corolário do seu talento e do gosto pela diversidade, expressos num extenso repertório pianístico que integra obras de compositores tão diferentes como Georges Gershwin, Aaron Copland, Albéniz ou Liszt. Esta versatilidade permitiu-lhe apresentar, pela primeira vez em Portugal, destacadas obras como as Sonatas de Enescu ou paráfrases de Liszt, sendo o primeiro pianista português a realizar as integrais dos Prelúdios e também dos Estudos de Claude Debussy. No registo dos recitais pode incluir-se também a interpretação da integral das sonatas de Mozart e Beethoven.

Actuou em palco, pela primeira vez, aos quatro anos de idade. Os estudos musicais iniciados com o pai tiveram continuidade no Conservatório Nacional de Música de Lisboa onde terminou o curso Superior de Piano, com vinte valores. Aos dezasseis anos parte para Paris, e aí vem a ser discípulo de Aldo Ciccolini no Conservatório Superior de Música e nos cursos de aperfeiçoamento em Siena e Biella (Itália).

Em 1980, estreou-se em concerto com a Orchestre National de Toulouse, sob a direcção de Michel Plasson e desde essa data tem tocado com inúmeras orquestras internacionais e notáveis maestros como: Georg Alexander Albrecht, Moshe Atzmon, Franco Caracciolo, Pierre Dervaux, Arthur Fagen, Léon Fleischer, Silva Pereira, Claudio Scimone, David Stahl, Marc Tardue e Ronald Zollman.

Também na música de câmara tem actuado com prestigiados músicos como Aldo Ciccolini, Maurice Gendron, Margarita Zimermann, Gerardo Ribeiro ou Paulo Gaio Lima, com o qual apresentou a integral da obra de Beethoven para violoncelo e piano. Laureado pela Academia Internacional Maurice Ravel e pela Academia Internacional Perosi, António Rosado foi distinguido pelo Concurso Internacional Vianna da Motta e pelo Concurso Internacional Alfredo Casella de Nápoles. Estes prémios constituem o reconhecimento internacional do seu virtuosismo e o impulso para uma brilhante carreira, com a realização de recitais e concertos por todo o Mundo, e a participação em diversos festivais. Na década de 90, foi o pianista escolhido pela TF1 para a gravação e transmissão de três programas – música espanhola e portuguesa, Liszt e, por fim, um recital preenchido com Beethoven, Prokofiev, Wagner, Liszt. Desde a década de 80, participou inúmeras vezes no Festival de Macau, nomeadamente com a Orq.Gulbenkian, Orq.M.L., Orq.N. da China – no concerto inaugural do Centro Cultural de Macau – Orq. Xangai, Orq. de Câmara de Macau e ainda com o clarinetista António Saiote.

O seu primeiro disco gravado na década de 80, em Paris, é dedicado a Enescu. Outros discos se seguiram, nomeadamente, as obras para piano de Vianna da Motta; um cd comemorativo dos 150 anos da passagem de Liszt por Lisboa; a Fantasia de Schumann e a Sonata de Liszt. Com o violinista Gerardo Ribeiro gravou as Sonatas para piano e violino de Brahms e com o pianista Artur Pizarro, um disco intitulado Mozart in Norway. Com a NDR Sinfonieorchestra de Hamburgo, gravou o Concerto n. 2 e Rapsódia sobre um tema de Paganini de Rachmaninov. Em Portugal gravou os dois Concertos de Brahms com a Orquestra Nacional do Porto, em 2004 a integral das Sonatas para piano de Fernando Lopes-Graça e em 2006 as oito suites “In Memoriam Bela Bartók” do mesmo compositor. Mais recentemente os Prelúdios de Armando José Fernandes e Luís de Freitas Branco e, em 2012, a integral das Músicas Festivas de Fernando Lopes-Graça. Em 2016, lançou um disco com a Integral dos Prelúdios de Debussy (Calanda Music) e em 2017, como apoio da GDA, lançou um disco de autor dedicado às Sonatas para violoncelo e piano de César Franck e Luís  de Freitas Branco, com o violoncelista Filipe Quaresma.

António Rosado detém o prestigiado grau de Chevalier des Arts et des Lettres., distinção concedida pelo Governo Francês em 2007.