PS quer ouvir Pedro Calado sobre empréstimo de 455 milhões de euros

Os deputados socialistas na Assembleia Legislativa da RAM referiram hoje que é sua intenção pedir uma audição parlamentar ao vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, de modo a prestar esclarecimentos sobre o empréstimo de 455 milhões de euros solicitado na passada semana.

Numa conferência de imprensa, o líder parlamentar do PS-M, Victor Freitas, declarou que o facto de o vice-presidente do Governo afirmar que é um mero processo de substituição de dívida “é uma clara mentira aos madeirenses”.

“Se, por um lado, há substituição de alguma dívida, por outro há a contração de empréstimo para pagar dívida que vence este ano e que a RAM não tinha dinheiro para liquidar”, afirmou. Victor Freitas referiu que se trata de um empréstimo por dez anos, em que sabemos que teremos de pagar 227,5 milhões de euros em 2025 e mais 227 milhões em 2028. “Na prática estamos a dilatar prazos de pagamento em 10 anos com o consequente pagamento de juros. Estamos a adiar o problema sem o resolver e deixar esta herança para os futuros governos e para as futuras gerações”, advertiu.

Assim, adiantou que o grupo parlamentar socialista vai pedir uma audição parlamentar a Pedro Calado, para que este esclareça qual o montante a que se refere o empréstimo que seria pago este ano e que a Madeira não tem dinheiro disponível para liquidá-lo, quais os montantes que de facto são uma verdadeira substituição de dívida e qual é o valor da taxa de juro aplicada a este novo empréstimo.

“Do ponto de vista mais geral, queremos, com a presença do vice-presidente nesta casa, saber os valores totais da dívida da Região e os juros a eles associados. Queremos que o senhor vice-presidente traga um cronograma detalhado com os valores a desembolsar em termos anuais para que se perceba os encargos financeiros que o orçamento dos madeirenses irá suportar ao longo das próximas décadas”, afirmou Victor Freitas, acrescentando querer saber também quais são os anos críticos para a Região em matéria de pagamento de dívida.

O líder parlamentar do PS referiu que “queremos que, daqui para a frente, exista maior transparência em relação às contas públicas e aos encargos assumidos em termos de pagamentos futuros”.

“Não queremos voltar ao tempo em que já vivemos, em que existia uma dívida oculta, em que os madeirenses foram surpreendidos com uma dívida que desconheciam”, sublinhou.