EEM vem enfatizar importância do empreendimento hidroeléctrico na Calheta

Com um custo total de investimento que ronda os 70 milhões de euros, o grande projecto de ampliação do Aproveitamento Hidroeléctrico da Calheta consiste na criação de uma infraestrutura de armazenamento de energia eléctrica, através da ampliação e transformação do Aproveitamento Hidroeléctrico da Calheta num sistema reversível, que inclui a produção de energia eléctrica e a captação, armazenamento e bombagem de água, visando reforçar a capacidade de rececção da energia proveniente de fontes renováveis intermitentes no sistema eléctrico isolado de pequena dimensão da Ilha da Madeira, refere nota enviada ao FN.

Como a rede eléctrica da Ilha da Madeira é isolada e de pequena dimensão, parte da energia renovável produzida durante as horas de menor procura, sobretudo no período nocturno, não pode ser exportada nem armazenada e por isso é rejeitada.

Com este Projecto, cujo financiamento comunitário de 45 Milhões de euros agora aprovado pela Decisão C/2018/3708 da Comissão Europeia, cujo beneficiário é a EEM – EMPRESA DE ELECTRICIDADE DA MADEIRA S.A., o sistema eléctrico da Madeira ficará dotado de uma infraestrutura para armazenar a energia disponível de fontes renováveis intermitentes nos períodos de menor procura, para posterior utilização nas horas de maior procura, assegurando serviços de sistema na rede eléctrica para a estabilidade do sistema eléctrico e a fiabilidade do fornecimento de electricidade.

Desta forma, o Projeto permitirá o aumento da capacidade de produção de energia de fontes renováveis endógenas intermitentes, como a energia eólica e solar, bem com a redução da dependência dos combustíveis fósseis na produção de eletricidade e a redução das emissões de CO2.

Recorde-se que este empreendimento gerou alguma polémica ou, pelo menos reticências, reportadas há sensivelmente um ano pelo FN aquando de uma reportagem que dava conta de muitas movimentações de camiões e de um verdadeiro e enorme estaleiro de obras na zona do Ribeiro da Urze, no Paúl da Serra. Porém, já na altura o Governo enviou um esclarecimento à nossa Redacção salientando que todos os cuidados foram colocados na recuperação paisagística e no menor impacto ambiental possível.

Por seu turno, a comissária europeia para as Regiões, Corina Cretu, veio recentemente elogiar o empreendimento e apresentar a Madeira como um caso de sucesso no âmbito do melhor aproveitamento possível de fontes não poluentes, ou poluentes o mínimo possível.