Museu da Baleia analisou baleia de bossa que estava morta e à deriva

Na madrugada de 12 de Junho, a RACAM (Rede de Arrojamentos de Cetáceos do Arquipélago da Madeira), coordenada pelo Museu da Baleia da Madeira – Município de Machico, recebeu a informação de um cachalote morto, com 15 metros de comprimento, a flutuar no mar próximo da ponta da Atalaia, no Caniço, refere uma informação à comunicação social.
Tendo em conta os desafios logísticos para recolha e processamento de um animal das dimensões reportadas (que poderá atingir as 25 toneladas de peso) e o risco que é para a saúde pública em caso de encalhe numa praia tão frequentada, como é o caso dos Reis Magos, o coordenador da RACAM informou as autoridades marítimas da dificuldade que o museu teria em lidar com o animal em questão, sendo a melhor opção a sua remoção para alto mar, minimizando as consequências de um eventual arrojamento. Tanto quanto é do nosso conhecimento, a autoridade marítima, aproveitando a disponibilidade de um navio no local, tomou a decisão acertada de rebocar o animal para alto mar, afastando-o da costa.

Entretanto, o Museu da Baleia mobilizou uma equipa ao encontro do animal com a intenção de confirmar a espécie, recolher dados biométricos e amostras de tecidos para estudos científicos e tentar identificar a causa de morte. No local, a equipa aferiu tratar-se de um animal de cerca de 6 metros, dentro da capacidade logística da Instituição, da espécie baleia-de-bossa (Megaptera novangliae). Apesar do avançado estado de decomposição, o corpo do animal foi transportado para uma praia isolada, onde foi possível recolher algumas amostras e recuperar todo o esqueleto para posterior análise.
A baleia-de-bossa é uma espécie rara nas águas da Madeira, sendo sobretudo observada brevemente quando os animais passam nestas águas em migração. O animal em causa é uma cria, nascida no passado inverno, possivelmente, na área de reprodução de Cabo Verde e em migração com a progenitora para as áreas de alimentação, para Norte. Espera-se confirmar esta ligação com Cabo Verde, através da análise genética das amostras de tecido recolhidas. Quanto à causa de morte, não foi possível encontrar quaisquer indícios que a determinem, informam-nos.
O Museu da Baleia agradece a todas as entidades que colaboraram nestes esforços e relembramos que em caso de arrojamento deve ser contactada a Rede de Arrojamento de Cetáceos do Arquipélago da Madeira (RACAM) através do nº 924432091.
Para mais informações http://www.madeirawhalemuseum.org/pt/ciencia-no-museu/racam.html