Madeira ITI envolvido em projecto europeu que cria rádios comunitárias

Foto retirada do site http://www.m-iti.org/

O Madeira – ITI é um dos membros do “Grassroot Wavelengths”, um projecto Europeu financiado pelo Horizonte 2020 (Acordo nº 780890) inserido no programa Collective Awareness (CAPS). O consórcio inclui ainda as entidades ActiveWatch (RO) Madeira-ITI (PT) AMARC (BE) University College Cork (IR) Romanian Center for Investigative Journalism (RO), RootIO (PT), CereProc (UK), Adenorma (PT) e  Bere Island (IR). Este projecto lançará novas estações de rádio FM na Irlanda e Portugal, para além da Roménia. Mas é neste último país, para já, que duas licenças de estações de rádio comunitárias foram emitidas no âmbito do “Grassroot Wavelengths”.

As novas estações FM de alta tecnologia irão transmitir para envolver e servir duas aldeias remotas da Roménia. O consórcio do Grassroot Wavelengths inova as tecnologias e modelos comunitários para pequenas estações de rádio comunitárias de modo a serem altamente interligadas, facilmente iniciadas e mantidas.

O projecto, explica comunicado do Madeira ITI, criará dois protótipos de estações comunitárias em Portugal, Irlanda e na Roménia com o objetivo de construir redes regionais descentralizadas, ligadas ao jornalismo e informação europeia e internacional.

As licenças da ‘Radio Civic Vârvoru de Jos’ (Dolj) e ‘Radio Civic Sfântu Gheorghe’ (Tulcea) foram concedidas pelo Conselho Nacional de Audiovisuais Romeno a 7 de Junho deste ano. Vârvoru de Jos (Dolj) é uma aldeia agrícola com aproximadamente 3000 habitantes. Sfântu Gheorghe (Tulcea) é uma aldeia de pescadores pertencente à Reserva da Biosfera da Danube Delta, protegida pela Unesco, com uma população de cerca de 1000 habitantes. As pequenas estações irão transmitir sinal num raio de 10km.

As estações serão sustentadas pela plataforma técnica do RootIO, a qual irá fornecer toda a conexão e funções de uma grande estação por um centésimo do custo. A estação funciona num smartphone, sem necessidade de haver um estúdio. A audiência poderá ouvir nas rádios FM usuais, mas podem interagir com a estação através de chamadas telefónicas ou pela Internet.

As estações têm custos de operação excepcionalmente baixos, tornando-as ideais para comunidades rurais, e têm reduzido consumo de energia, capaz de estar no ar durante dias com uma bateria em caso de falhas de electricidade ou emergências.

A alta conectividade destas estações significa que estas podem receber qualquer conteúdo de áudio da internet, tais como notícias, podcasts, ou gravações de origens nacionais ou internacionais e são transmitidas através da tradicional rádio FM. Todo o sistema é pequeno o suficiente para caber num único balde de plástico de tinta. Assim como outras pequenas estações comunitárias será gerida com voluntariado e esforço comunitário.

A rádio FM existe há mais de 100 anos, mas ainda assim é uma forma de comunicação vital e importante, especialmente para aqueles que estão do lado errado do “fosso digital”. Pode ser ouvida no trabalho ou a conduzir, é gratuita e não requer literacia. Numa altura de políticas de comunicação social complexas, a rádio continua a oferecer anonimato aos seus utilizadores e ouvintes. Por estas razões, a rádio comunitária está a ter um surto de crescimento pelo mundo, visto que as comunidades acham-na uma perfeita forma de comunicação low-cost e imediata, de deliberação e entretenimento.