João Rodrigues pensou em todos os que o ajudaram quando soube da condecoração, foi “um momento emotivo”

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João Rodrigues com o Presidente da República, que acaba de anunciar a condecoração a atribuir ao velejador olímpico madeirense no Dia de Portugal.

O velejador madeirense João Rodrigues dispensa apresentações. Um atleta de eleição, atleta com sucessivas representações olímpicas, presente nos Jogos de Barcelona, Atalanta, Sidney, Atenas, Pequim, Londres e Rio. A condecoração pelo Presidente da República, com o grau de comendador da Ordem do Mérito, hoje anunciada e será entregue domingo, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, constituindo um marco de enorme relevância, como o próprio faz questão de salientar, hoje com 46 anos de idade.

Uma vida desportiva de alta competição, anos a fio no topo, é coroada agora pelo reconhecimento da mais alta figura da Nação, uma distinção do País que João Rodrigues interpreta como sendo “de muita gente”, trazendo ao de cima uma faceta que todos lhe reconhecemos, aquela humildade que ajuou a fazê.lo campeão. “Sinto-me muito honrado com esta condecoração por parte do Presidente da República. Quando recebi a notícia, lembrei-me logo de todas aquelas pessoas que ao longo de mais de trinta anos acompanharam o meu trajeto desportivo e ajudaram-me a conquistar tudo o que conquistei. Gostava que todas essas pessoas que estiveram ao meu lado também sentissem como sua esta condecoração. Também por isso, esta condecoração levou-me a um momento muito emotivo quando recordei essas pessoas”.

João Rodrigues-Nauticapress
João Rodrigues admite não ter sido fácil a transição de uma vida de alta competição para um período de menor pressão.

João Rodrigues olha para trás, para aquele passado muito presente. Está tão longe e tão perto. Sair não foi fácil, reconhece as dificuldades de não ter objetivos desportivos como antes, como aqueles que um olímpico de muitos anos viveu e recorda com saudade. “No início, não foi fácil passar daquilo que era sempre andar nos limites das minhas capacidades física e psicológica, para uma vida sem essa pressão. Demorei algum tempo até descobrir que vida queria abraçar, mas passaram dois anos e tenho, hoje, uma vida muito preenchida”.

O madeirense, que domingo estará no Palácio de São Lourenço diz que, presentemente, trabalha com miúdos que querem fazer um caminho que os leve, eventualmente, aos Jogos Olímpicos, sendo que no próximo ano começa a trabalhar “com atletas olímpicos, do Comité Olímpico de Portugal, procurando ajudá-los a ter os melhores resultados possíveis”. Além disso, a nível da Região, refere estar “envolvido no projeto que, em síntese, visa levar as escolas ao mar”.

E é no mar que se mantém a sua grande paixão, continua a passar por lá com “muita frequência”.