“Movimento” de Castro diz que anúncio da Binter não passa de “atentado à dignidade da população do Porto Santo

Binter Porto Santo
O Movimento liderado por José António Castro questiona se haverá duas viagens diárias entre os meses de Outubro e Abril.

O movimento “Mais Porto Santo”, liderado por José António Castro, emitiu hoje uma comunicação onde questiona o Governo da República sobre alguns aspetos relacionados com a concessão, ontem anunciada oficialmente, da linha aérea Porto Santo/Funchal à empresa Binter, para os próximos três anos.

Aquele movimento quer saber “se ficaram asseguradas as duas viagens diárias entre as ilhas do Porto Santo e a Madeira, ao longo de todo o ano, e se a operação será feita a partir do Porto Santo e não o contrário”, sublinhando que “apesar da festa que os socialistas no Porto Santo andam a fazer, nomeadamente o seu vereador, depois de ter vendido a alma a interesses, continua por explicar se a Binter cumpriu o caderno de encargos do concurso público internacional, isto é, se a operação será feita entre as ilhas do Porto Santo e da Madeira, e não ao contrário, como previa o caderno de encargos, e se entre os meses de Outubro e Abril estão garantidas no mínimo duas ligações diárias”.

António Castro acentua que “os porto-santenses exigem saber a verdade, não de um “show-off” indecoroso, que foi perpetrado pelo ex-presidente da Câmara, de forma tirana, chamando a si o sucesso e a responsabilidade de um anuncio que, neste momento, não passa de um atentado à dignidade da população do Porto Santo”.

O vereador do movimento na autarquia da ilha dourada diz que  “temos o direito de saber os contornos do acordo feito com a Binter, os moldes em que funcionará a operação e se os verdadeiros interesses da nossa população estão assegurados, não apenas o de alguns, daqueles que continuam na vida política a aproveitarem-se de quem mais precisa”, considera José António Castro, que também questiona a postura do Governo Regional neste processo.

Visando o Executivo Regional, lembra que “mandaram cartas a pedir esclarecimentos ao Governo Central, anunciando que estavam preocupados com a adjudicação da linha aérea mas esta adulterada onda de solidariedade apenas realça a forma de trabalho de quem pouco ou nada fez ou consegue para o Porto Santo. Se o Governo Regional está mesmo preocupado com os porto-santenses poderia, perfeitamente, decidir-se pela atribuição de um subsídio aos residentes no Porto Santo, que ajudasse a esbater as vergonhosas taxas aeroportuárias a que estamos obrigados a pagar”.

Castro insiste que “se há milhões para investir numa ligação marítima deficitária, entre o Funchal e Portimão, que vai custar aos madeirenses quase o mesmo do que uma ligação marítima entre a Madeira e o Porto Santo, com claros prejuízos para o turismo no Porto Santo, também os porto-santenses deveriam ser compensados por quem não consegue defender a redução das taxas aeroportuárias”.