Desde sempre que o madeirense revelou uma particular tendência, e algum jeito, para atribuir alcunhas.
Se tivéssemos presente a reacção generalizada suscitada pelas intervenções e declarações do Senhor Primeiro Ministro, na sua recente visita à Região, não nos restarão dúvidas de que a alcunha mais adequada, a atribuir-lhe, com maior consenso, seria a do “Promessas”.
É que veio reafirmar o que, há um ano atrás, já afirmara, relativamente às pendências da Região com a República, que são praticamente as mesmas.
O estilo do Chefe do Ministério é o de agradar. O de ser politicamente correcto. O de não dizer nunca que não, muito em especial quando tal desagrade ao auditório, de ocasião.
Há, porém, uma grande distância entre o dizer que sim, a tudo e a todos, e o concretizar, ainda que seja apenas de uma ou outra das coisas a que se disse que sim.
Comecemos pela construção do novo Hospital.
Constata-se que, finalmente, foi assumida, verbalmente, pela República, metade dos respectivos custos.
Para quando?
Pois, ficou por resolver uma questão fundamental, como o reconheceu o Primeiro-Ministro. É preciso convencer o Conselho de Acompanhamento das Finanças Públicas, a reconhecer, ao contrário do que anteriormente entendeu, que se trata de Projecto de Interesse Comum.
Veja-se a composição do Conselho e fica-se sem saber, se, alguma vez, haverá alteração, o que jamais surgirá como responsabilidade do Primeiro-Ministro e antes justificará o incumprimento da promessa.
Passemos ao subsídio de mobilidade que, no espantoso dizer do Primeiro-Ministro, só beneficia as transportadoras, incluindo a TAP, a Companhia cuja privatização a 100% impediu, para que o Estado mantivesse o controle, e por via do que não se envergonha de estar a beneficiar do subsídio de mobilidade, em prejuízo dos madeirenses e a estimular a especulação desenfreada das tarifas.
Todavia, segundo o Primeiro-Ministro, é ainda necessário estudar a solução futura, pelo que continuar-se-á a arrastar para as calendas, uma solução que o Chefe do Governo reconhece, publicamente, que só beneficia as transportadoras, incluindo, em primeira linha, aquela em que o Estado tem a maioria.
Quanto à situação do empréstimo à Região, o que se devia discutir, não eram os juros que, ridiculamente, ainda vão ser objecto de prolongados e profundos estudos por parte do Ministério das Finanças.
O que devia estar em causa era o perdão, puro e simples, daquele alegado crédito da República.
Esta questão permite introduzir uma pergunta simples – para quando o pagamento, à Região, da dívida da República de cerca de 19 milhões de euros, no sector da Saúde!?
Alguém já lembrou os juros a pagar pelo Estado por este empréstimo da Região!?
Por último, a questão dos limites mandatórios dos ventos no Aeroporto da Madeira.
Também aí, vamos ter de aguardar que a ANAC conclua os seus arrastados estudos.
Será que tudo isto tem a ver com o “Calendário Eleitoral”!?
A conclusão que se tira do Manual de Acção Política que o Primeiro-Ministro parece seguir, é simples e elucidativo:
- Nunca dizer que “não”!
- Prometer sempre, mas, cautelosamente, sem calendário e com muitas condicionantes.
Mesmo que, porventura, por um acaso de sorte (ou azar!?), alguma vez, escape uma promessa a sério, ainda assim, o Manual recomenda que em nenhuma circunstância se deve deixar de exibir o mais aberto sorriso!
Apeteceria questionar se está presente a velha ideia de que quem ri por último ri melhor.
Todavia, com o protagonista em causa – o Dr. Costa – já nos habituamos que, mesmo em caso de derrota, não deixa de ser o último a rir!
É que, com uma qualquer “geringonça”, com a habilidade que lhe não falta, transforma, como se viu, uma derrota em vitória!
Cuidemo-nos!
Não esquecer, porém, que alguém há-de ser o último a sorrir!