A bomba atómica verde

Ilustração de José Alves.

 

O Estepilha segue a novela do Sporting e da fuga para a frente de Dom Bruno ou da bomba atómica verde.

Quando todos começam por pedir ao presidente a sua retirada, todos parecem esquecer que foram os mesmos sportinguistas que o reconduziram com uma vitória leonina há bem pouco tempo. O que mudou? O ADN do jovem e fogoso Dom Bruno, a espaços de meses? Ou o mergulho na realidade que faz dos sportinguistas reféns das escolhas de líderes que fazem de conta que dão voz aos adeptos e fazem milagres na tesouraria do Clube?

O Estepilha e o país continuam a assistir ao canto do cisne de um homem só a querer, infantilmente e ruidosamente, agarrar-se a um poder que já o perdeu há muito tempo. Não é por acaso que Maquiavel alertava para o veneno do poder, aquele bichinho que tudo mina e alapa o mais modesto dos homens. São golos atrás de golos na baliza do próprio Sporting e nem Jesus – que chegou ao Sporting como o salvador e o homem principal da confiança de Dom Bruno – poderá valer uma equipa sem líder e sem chama. É o Sporting a deixar de ser o rei histórico da floresta, destronado por uma bomba atómica nascida do seu próprio ventre.