“A bandeira não deverá ser a construção de um novo hospital, mas a ampliação do já existente”, defende o antigo presidente do SESARAM Miguel Ferreira

JPP Jornadas de Saúde B
“Não” ao novo hospital, “sim” à ampliação do atual, altas problemáticas são 30 por dia na Madeira e não pode ser o setor das Finanças a gerir a Saúde, foram questões abordadas no debate do JPP sobre Saúde.

Miguel Ferreira, antigo presidente do SESARAM e antigo diretor clínico, considera que “a bandeira não deverá ser a construção de um novo hospital pois os problemas vão subsistir, mas sim, a criação de condições, com uma ampliação ao já existente que permitiria uma poupança considerável visto que esta ampliação teria comparticipação comunitária na ordem dos 85%”.

A posição deste conhecido médico foi feita no âmbito de um debate hoje promovido pelo grupo de Saúde do partido Juntos Pelo Povo (JPP), no Hotel Orquídea, dando início a um conjunto de iniciativas que visam abordar o “Estado de Saúde da Região”. Miguel Ferreira destacou ainda “a necessidade de uma gestão hospitalar orientada pelo conhecimento dos profissionais do setor que “têm na sua posse os números reais”.

 

Esta primeira ronda de debates foi constituída pelo médico Miguel Ferreira, antigo diretor clínico e presidente do Conselho de Administração do SESARAM, médico António Quintal, irurgião graduado do SESARAM, E.P.E., o enfermeiro Abel Viveiros, chefe da Unidade de Cuidados Intensivos do SESARAM, E.P.E. e Beatriz Fernandes, farmacêutica do hospital.

A falta de articulação entre o setor da Saúde e o Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM, foi outro dos pontos analisados neste encontro, com referência ao facto de se manterem “as situações de altas problemáticas que, segundo as informações disponibilizadas, rondam as 30, por dia, além das situações da falta de medicação que, ainda subsistem na farmácia hospitalar, pese embora “melhorias a que se tem assistido, nos últimos tempos”, tal como referiu a Dr.ª Beatriz.

Foi ainda de Miguel Ferreira que se ouviu que “não pode ser as Finanças a gerir a Saúde”, As limitações do setor da Saúde, considerando que “a gestão orçamental da saúde deve ser feita por quem está na área e sabe o que é necessário”.

 

António Quintal, por outro lado, salientou o facto dos serviços de urgência, atualmente, “prestarem serviços que deverão ser prestados ao nível dos cuidados de saúde primários, sendo inadmissivel o Funchal, com mais de 60% da densidade populacional da Região não ter um serviço de urgências situado num dos seus centros de saúde, “aliviando” assim as urgências para aquilo que é a sua verdadeira função”.

Como refere uma nota enviada pelo partido, sobre o assunto em debate, o enfermeiro Aber Viveiros frisou “a necessidade urgente de concertação entre as Secretarias da Saúde e da Inclusão e dos Assuntos Sociais na resolução das conhecidas “altas problemáticas” sendo fundamental que o acompanhamento e monitorização das situações de doença funcionem, o que não acontece com o rastreio ao cancro do cólon e do reto que “na RAM, não funciona”.

Beatriz Fernandes referiu que presentemente “a situação da falta de mediccamentos no Hospital já está melhor contudo, “existe constrangimentos orçamentais e é necessário optar”, sendo certo que os utentes, muitas vezes, têm de comprar medicação”.