Ribeira no Porto da Cruz: Será a secção de vazão suficiente?

O Estepilha não percebe nada de obras públicas mas, como qualquer mortal, tem o direito de se questionar, sobretudo depois de importantes estudos geológicos efectuados.

A Secretaria Regional das Infraestruturas herdou da antiga Secretaria dos Assuntos Parlamentares e Europeus a empreitada de “Estabilização da Margem Esquerda da Ribeira do Junçal, onde está implantada a ER 110”.

A obra tem um valor de €7.259.222,97, acrescidos de IVA.

Face à instabilidade dos terrenos, a solução encontrada, passou por aterrar o vale da ribeira do Junçal até uma cota que conferisse tanto peso quanto o necessário para a estabilização da encosta.

A adoção de uma solução de aterro do vale teve como consequência directa o desvio da ribeira do Junçal, com a construção de um canal de desvio para o efeito com uma extensão total de cerca de 296 metros.

Nas contas dos engenheiros e projectistas, o troço da ribeira do Junçal que está a ser intervencionado teria de garantir, em condições hidráulicas favoráveis, o escoamento da cheia centenária (período de retorno de 100 anos), sem provocar nenhuma instabilização no fundo e margens da ribeira, na seção a jusante do troço intervencionado.

Para poder cumprir este objetivo, a solução de canalização do troço da ribeira do Junçal consistiu na construção de um canal de secção rectangular, com uma largura de 5 metros.

A obra tem um prazo de execução de 540 dias, com financiamento de 85% de verbas comunitárias e o Estepilha faz figas para que, uma vez concluída, o desiderato do desbloqueio da ribeira seja conseguido, o “efeito canhão” não aconteça e a segurança da Vila do Porto da Cruz esteja salvaguardada.