Caravelas portuguesas dão à costa em São Vicente

Fotos António Tanque.

Inúmeras caravelas portuguesas deram ontem à costa a norte da Madeira, na praia de areia e calhau de São Vicente.

O contacto com este organismo marinho deve ser evitado uma vez que o seu carácter venenoso pode imprimir dores severas em contacto com a pele.

Com o nome científico “Physalia physalis”, a caravela portuguesa vive na superfície do mar graças a um flutuador cilíndrico, azul-arroxeado e cheio de gás. Os seus tentáculos podem atingir 30 metros.

Apesar da aparência e de aparentarem ser uma única criatura, não são alforrecas. Vivem nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos. Dependem de diversos fatores ambientais e têm tentáculos cheios de células urticantes.

O nome caravela portuguesa deve-se à semelhança dos cnidários e as caravelas utilizadas como navios de guerra.

A picada causa sintomas de dor forte e sensação de queimadura no local, além de irritação, vermelhidão, inchaço e comichão.

Algumas pessoas que são especialmente sensíveis às picadas e venenos das águas-vivas podem ter reacções alérgicas graves, como falta de ar, palpitações, cãibras, náuseas, vómitos, febre, desmaios, convulsões, arritmias cardíacas e problemas respiratórios.

O aparecimento destas caravelas nas águas da Madeira começa a ser mais frequente. Daí que a Autoridade Marítima tem emitido alertas, como o fez a meados do passado mês de março.

No caso de haver contacto com a caravela portuguesa, a Autoridade Marítima aconselha não esfregar ou coçar a zona afectada, para não espalhar o veneno; não usar água doce, álcool ou amónia; não colocar ligaduras; lavar cuidadosamente com soro fisiológico; retirar com cuidado os tentáculos, caso tenham ficado agarrados, usando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico; aplicar vinagre no local atingido; aplicar bandas quentes ou água quente para aliviar a dor; e consultar um médico o mais rapidamente possível.