Câmara do Funchal promete seguir indicações do Governo para “salvaguardar o património”

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“Sentido proibido”, temporariamente, para as obras no Bom Jesus.
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Eventuais achados arqueológicos levam Câmara a parar os trabalhos para ter parecer da secretaria que tutela a Cultura.
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Até decisão da Direção Regional de Cultura a obra não anda.

A suspensão temporária, hoje, dos trabalhos levados a efeito na Rua do Bom Jesus, no âmbito de uma intervenção alargada da Câmara Municipal do Funchal, é o culminar de algumas dúvidas levantadas relativamente a eventuais achados arqueológicos. A autarquia, conforme o FN noticiou ao início da tarde, já pediu parecer à secretaria que tutela a Cultura para a “devida orientação e procedimentos a seguir”.

Uma notícia do FN, do dia 28 de março, dava conta da preocupação, por parte de alguns cidadãos, atendendo ao desenrolar de obras numa zona sensível do ponto de vista histórico-arquitetónico, junto a um edifício Classificado de Interesse Público, o Convento do Bom Jesus, questionando se as referidas obras estariam ou não a ser seguidas tanto pelos serviços da Autarquia como pela Direção Regional da Cultura.

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Esta área imediatamente antes da zona intervencionada, tem apenas uma faixa de rodagem disponível.

Hoje, a obra parou. Diz a Câmara que se trata de uma “suspensão temporária” para avaliar a situação em conjunto com as estruturas responsáveis do Governo Regional, por forma as articular posições tendentes à defesa do património da Cidade e da Região.

A zona intervencionada está praticamente toda vedada, sendo apenas possível observar a área de trabalhos junto à Rua 31 de janeiro.

A Câmara Municipal do Funchal lembra que “a intervenção encontra-se no seu início e desenvolver-se-á por fases até à Rua das Hortas. A intervenção que estava a ser levada a cabo, junto ao cruzamento da Rua do Bom Jesus com a Rua 31 de Janeiro, consistia somente em sondagens para verificar o melhor posicionamento para as novas infraestruturas, cujo lançamento ainda não foi iniciado”.

Diz ainda que “a movimentação prevista de terras no subsolo também não contempla uma profundidade superior às redes atualmente existentes, quer de fornecimento de água, quer de águas residuais e pluviais que irão ser substituídas, pelo que não existiria adulteração da plataforma, para além do que já anteriormente foi executado para as infraestruturas existentes que serão substituídas.

Diz  autarquia que “a intervenção ficará, contudo, suspensa até que a SRTC se pronuncie sobre os eventuais achados arqueológicos que possam vir a ser encontrados. A CMF seguirá, para o efeito, todas as orientações que permitam a salvaguarda do património em causa, tal como tem sido sempre sua prática comum, numa posição inteiramente disponível, construtiva e cooperativa, com vista à salvaguarda do interesse público pelas devidas vias institucionais”.