CMF institui “Biblioteca Humana” para combater o preconceito e a discriminação

A CMF anunciou o seu mais recente projecto social da Câmara do Funchal, dinamizado pela empresa municipal SocioHabitaFunchal, nos Centros Comunitários do Palheiro Ferreiro e de São Gonçalo. Intitula-se “Quebrar Correntes” e visa abordar com adolescentes da freguesia questões relacionadas com a violência, a discriminação e o preconceito nas suas mais diversas facetas, seja racial, sexual ou socioeconómico. Para o efeito, o “Quebrar Correntes” tem organizado visitas, encontros e sessões de trabalho junto de associações como a Rede Ex Aequo, a Associação Presença Feminina, a UMAR ou o grupo de activistas online Mad le’s Femme, preparando-se agora para criar o seu primeiro evento-âncora aberto a toda a população. Trata-se, neste caso, de uma “Biblioteca Humana”.

O conceito criativo e desafiante vai permitir à população interessada nas questões de género, identidade, sexualidade e violência associada ao género, ouvirem experiências pessoais reais, da boca de quem já enfrentou e já superou algumas destas situações graves.

“As pessoas serão, neste caso, os livros vivos, disponibilizando-se para contar a sua história de vida. Consideramos que esta será uma experiência marcante e extremamente enriquecedora para todos os presentes”, sublinhou a vereadora Madalena Nunes, com o pelouro da Igualdade de Género na CMF. O evento está marcado para o próximo dia 17 de Março (sábado), entre as 15h e as 18h30, na Universidade Sénior do Funchal, situada na antiga Escola da Azinhaga da Nazaré, em São Martinho. As entradas são livres, mas sujeitas a inscrição, através do email quebrarcorrentes@gmail.com.

O projecto “Quebrar Correntes” e a criação de uma intitulada “Biblioteca Humana” foram uma ideia de Andreia Jesus, antropóloga de formação, que é estagiária da SocioHabitaFunchal, e que depois de uma formação europeia que a levou à Arménia e ao Reino Unido, englobada no tema da Igualdade de Género, decidiu implementar a ideia no Funchal, nomeadamente nos centros comunitários já referidos, em São Gonçalo, onde já havia colaborado. Os resultados têm sido dignos de registo, ao ponto de o Executivo Municipal pretender agora estendê-lo a todos os centros comunitários da CMF, refere uma nota oficial.

Madalena Nunes destaca que a visita aos contextos de cada associação parceira, e a realização de seminários, tem sido “fundamental para que os jovens envolvidos possam perceber a realidade do nosso território” e refere que a equipa da Sociohabitafunchal tem ficado “sensibilizada pela resposta dos jovens, e pelos resultados da promoção do respeito pela diferença e pela diversidade. Ainda assim, é importante deixar claro que, na Câmara Municipal do Funchal, não trabalhamos para amanhã. Trabalhamos para ter resultados a médio e longo prazo, com diferentes instrumentos e abordagens inovadoras e dinâmicas, criativas e ambiciosas, e que têm traduzido, acima de tudo, a nossa aposta social permanente.”

Madalena Nunes conclui que “projectos como o «Quebrar Correntes» ou iniciativas como a «Biblioteca Humana» inserem-se inteiramente nos princípios das Cidades Educadoras, que têm sido o fio condutor de toda a nossa gestão da cidade, e em todo o trabalho pioneiro que temos feito ao nível da igualdade de género no Funchal. Hoje, o Funchal é cada vez mais uma Cidade Educadora em todas as áreas, num trabalho de humanização da cidade que se vê e que se sente, e que coloca as pessoas no centro de todas as nossas políticas.”