Escola da Ribeira Brava conquista Prémio Carlos Varela no Festival de Teatro na Jaime Moniz

A melhor atriz do Festival é da Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares.

A Escola Báscia e Secundária Padre Manuel Álvares (Ribeira Brava) conquistou o Prémio Carlos Varela do XXVI Festival de Teatro da Escola Secundária Jaime Moniz.

Sempre com sala cheia, assim foi, de segunda a esta sexta feira, o XXVI Festival de Teatro Escolar, uma mostra os brios dos alunos da Madeira em matéria de artes dramáticas. O cansaço de alunos e professores é extremo, mas a recompensa é sempre pisar o palco e contar a vida quotidiana em minutos, com talento e criatividade.

Micaela Martins e Carla Martins são as docentes que dinamizam o Festival, no fundo, a alma do evento, com o apoio do conselho executivo da Escola Secundária Jaime Moniz. São muitas e muitas horas de trabalho, a maior parte invisível, para puxar pelos alunos e msotrar-lhes que vale a pena dramatizar a vida para crescer com ela, a partir da escola.

Ponta do Sol e “Yerma”

No último dia do Festival, na parte da manhã, o palco da Escola Secundária da Jaime Moniz mostrou o  espetáculo “Yerma”, a partir de García Lorca, com o Núcleo de Teatro do Sol, da Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol. Na sinopse do coordenador Zé Abreu, “Yerma é uma peça de teatro do poeta espanhol Federico García Lorca. Foi escrita em 1934 e apresentada pela primeira vez no mesmo ano. É uma obra popular de caráter trágico, ambientada em Andaluzia, no início do século XX. Yerma é uma mulher que vive o drama de não poder conceber um filho. Busca de todas as formas engravidar e enfrenta a indiferença do marido, João, que não demonstra nenhum interesse em compartir da sua angústia.”

Porto Santo e “O doido e a morte”

Logo de seguida, foi a vez do Clube de Teatro do Porto Santo, com “O doido e a morte”, de Raúl Brandão, da Escola Básica e Secundária Professor Dr. Francisco Freitas Branco. “Senhor Milhões é um doido que entra incógnito no gabinete do Governador Civil com uma bomba prestes a explodir. Perante a iminência da morte, o governador reconhece que tem vivido no egoísmo e na futilidade. Entre a tragédia e a farsa, O Doido e a Morte, de Raúl Brandão (1867-1930), suscita, como é timbre do autor, a reflexão sobre a conduta individual. Ao mesmo tempo mostra como como um pouco de loucura pode trazer à vida uma saudável lucidez.”

A marioneta que somos tem vários palcos para existir. Este Festival vive do sonho de quem deseja crescer e existir sorrindo, no movimento, quase instintivo, de nos disponibilizarmos aos outros, numa alegria que se multiplica continuamente. E fomos muitos e um no palco da Escola Secundária Jaime Moniz, durante esta semana, salientam Micaela e Carla Martins ao Funchal Notícias.

A cerimónia de encerramento aconteceu às quinze horas desta sexta feira, com o primor e elegância das ginastas do grupo de Ginástica Rítmica e acrobática “O Liceu”, da responsabilidade da professora Fernanda Martins.

Logo de seguida, satirizando a falta de cultura, o Teatro Bolo do Caco, grupo convidado, apresentou entre risos e aplausos “Abaixo a livralhada”, da autoria de Mariana Faria, a partir do Manifesto Anti-Leitura de José Fanha.

A vereadora Madalena Nunes, em representação do Presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, e Natércia Xavier, adjunta do gabinete da secretária regional de Turismo e Cultura, teceram saudações muito especiais ao fundador do festival, Carlos Varela, ao evento, a toda a organização, às coordenadoras como Inácia Pacheco, Isabel Martins, Fernanda Gama, Micaela Martins e Carla Martins, que têm mantido ativo ao longo dos anos o Festival, assim como a escola que o acolhe.

O diretor da escola,  Jorge Moreira, salientou a importância e a alegria de acolher este evento e o legado histórico que o compõe.

O júri, Ana Amaro, da Câmara Municipal do Funchal, Diogo Correia Pinto do Conservatório Escola Profissional das Artes  – Engº Luiz Peter Clode, Duarte Rodrigues, da DSEAM, Eduardo Luíz, Associação Teatro Experimental do Funchal, João Mário Bettencourt, Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Maria José Assunção, do Contigo Teatro e Maria Manuel, docente do grupo de Artes Visuais, teceu algumas considerações com vista à melhoria do desempenho das escolas e procedeu à entrega de prémios.

Melhor ator: Diogo Ferraz

O prémio de melhor ator foi atribuído a Diogo Ferraz, no grupo “O Moniz – Carlos Varela”, com o teatro documentário “Pessoa Ninguém: Ferdinand Personne”, a partir de Fernando Pessoa e Teresa Rita Lopes, da Escola Secundária Jaime Moniz.

Melhor atriz

O Prémio de Melhor atriz foi atribuído, em ex-aequo, a Rubina Côrte, de Voo à Fantasia, com o trabalho “Boa sorte”, com a adaptação de Álex Rovira Celma e Trías de Bes, da Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares, e a Mariana Vieira, da Oficina de Teatro Corpus, com o trabalho “Hostel – A vida é Bela”, da Escola Secundária Francisco Franco.

Melhor encenação

Os prémios da Melhor Encenação e Melhor Realização Plástica foram atribuídos ao Núcleo de Teatro do Sol, da Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol, com o “Yerma”, da autoria de García Lorca.

Prémio Carlos Varela

O prémio de Melhor Texto foi atribuído ao grupo “O Moniz – Carlos Varela” com o trabalho supracitado. O prémio de Melhor Sonoplastia e o Prémio Carlos Varela foram atribuídos ao grupo da Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares.

O Prémio Carlos Varela permite a entrada direta no Teatro Municipal Baltazar Dias, no dia 25 de março, às 21 horas, através de um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal do Funchal e a escola responsável pelo evento. Este ano será a Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares a pisar esse palco.

Receberam menções honrosas pela interpretação: Catarina Silva, da Oficina de Teatro Corpus, da Escola Secundária Francisco Franco e Guilherme Gomes, da Oficina de Teatro Corpos, pela participação ativa. Foram também atribuídos louvores por interpretação a Gabriela Assunção, do grupo “O Bartolomeu” da Escola 123 Bartolomeu Perestrelo; Maria Antónia, do grupo de Teatro da Escola Básica e Secundária de Santa Cruz; Luís Ferreira de “O Moniz – Carlos Varela”, Luís, da Escola Básica de Santa Cruz, e Pedro Almada do Grupo de Teatro da APEL. Atribuiu-se louvor por utilização de Dramaturgia Portuguesa de Referência ao Clube de Teatro do Porto Santo com “O Doido e a Morte” de Raúl Brandão.

Finalmente, uma nota de gratidão das coordenadoras: “A  organização do evento agradece à Direção Executiva da Escola Secundária Jaime Moniz, que acolhe sempre este Festival com grande orgulho, ao Xavier Miguel, encenador convidado; ao professor José António Gouveia, que promoveu com a turma 10º54 a elaboração dos cartazes do evento e o desdobrável com o programa, à professora Mariana Gouveia, que auxilia sempre no design e conceção dos cenários, e à turma 10º20; à Yéssica Pestana e Érica Abreu, do 11º 20, que fizeram a ilustração original do cartaz da peça de abertura; ao professor Duarte Nóbrega pela gravação áudio das peças apresentadas; ao professor José Carlos Ferreira pelo transporte de materiais e apoio técnico; ao Núcleo de ginástica da ESJM e à professora Fernanda Martins, que deu um brilho especial à cerimónia de encerramento; ao Teatro Bolo do Caco, pela sua participação no Festival, assim como aos “estepilhas” e ao grupo Associação Olho.Te; aos formadores dos workshops, Diogo Correia Pinto, Sandro Nóbrega, João Pedro Ramos e Marcela Costa; à DRE, à Drª Rubina Olim, da Divisão de Apoio Técnico, Serviço de Educação Especial, ao professor João Cabral, ao CAO do Funchal, à Drª Rosa, Ana e professora Cláudia Sousa, que conceberam e executaram os troféus do festival; ao Teatro Municipal Baltazar Dias e à Câmara Municipal do Funchal que, através de um protocolo, possibilitaram que o grupo vencedor do prémio Carlos Varela pudesse atuar no dia 25 de março no Baltazar Dias; um agradecimento especial à Drª Sandra Assunção de Nóbrega e à Drª Catarina Faria; à Drª Ana Amaro, ao Museu História Natural – Departamento Ciência e Recursos Naturais da Câmara Municipal do Funchal, e ao professor Thomas Dellinger, pelos brindes com que presentearam os participantes; à professora Micaela Martins, ao Ilídio Gonçalves, ao Eugénio Silva e ao professor António Freitas pelo registo fotográfico do evento; este último também responsável pelo registo audiovisual das peças e atualização de toda a informação do festival no blogue (http://omoniz.blogspot.pt)  e na página de facebook da escola; à DSEAM, pela gravação em vídeo do Festival; agradecimentos também à participação das manas Carina e Diana Rodrigues na peça “Pessoa Ninguém: Ferdinand Personne”; ao João Silva, do Conservatório – Escola das Artes, que integrou o nosso espetáculo de abertura; a Diogo Ferraz, Catarina Silva e Francisco Bargante, que participaram nos dois espetáculos  de “O Moniz – Carlos Varela” e na equipa de produção do XXVI Festival Regional de Teatro Escolar – Carlos Varela; a Daniel Rodrigues pelo apoio no operação de som na peça “Não há Gente c’ma gente”; ao professor José Manuel Meneses, à chefe dos funcionários, Srª Gorete Marques, ao Sr. Rocha, ao Sr. Francisco e Srª Natividade, ao Mestre Paulo Camacho, por todo o apoio na revisão, organização e transporte de materiais; ao aTEF pelo guarda-roupa para a peça “Não há Gente c’ma gente”; a Gilda Gama, Maria dos Santos, Fábia Silva pela disponibilização de diferentes adereços; à Fabiana Gouveia, pela conceção de adereços originais para a peça de abertura; a Cristiana Nunes, Patrícia Mendes, Nuno Andrade, Joana Rodrigues, ex-varelinhas, que apoiaram a equipa de produção do evento; um agradecimento à Direção Regional de Juventude e Desporto e ao DSEAM, ao produtor Jorge Conduto, pelo apoio técnico no Som, Gravação Audiovisual e Luz de todo o evento, assim como à DRE pela agenda de motoristas; à professora e jornalista Rosário Martins pela cobertura do evento no Funchal Notícias e à direção do Jornal da Madeira, na pessoa de Edmar Fernandes e a jornalista Susy Lobato. Um agradecimento a todos os que direta ou indiretamente que tornaram o festival uma realidade”.