CDU aponta lacunas nas intervenções pós-20 de Fevereiro de 2010

A CDU realizou ontem uma visita a várias localidades no concelho da Ribeira Brava afectadas pela aluvião de 20 de Fevereiro de 2010, que, afiança esta força política, ainda não tiveram qualquer tipo de intervenção, ou que apesar de intervencionadas, continuam a potenciar riscos para a população e para os seus bens. Na freguesia da Tabua, no sítio dos Lugares e da Terça, no final da visita, o deputado da CDU, Ricardo Lume, referiu ser triste constatar que oito anos depois dos trágicos acontecimentos, muito ainda está por fazer.

“Esta localidade (Ribeira da Tabua) é a prova viva desta triste realidade. Apesar dos muitos milhões de euros que ao abrigo da Lei de Meios formam canalizados para a reconstrução dos danos causados pela aluvião de Fevereiro de 2010, bem como para garantir a segurança das populações, constatamos   que a intervenção feita na Ribeira da Tabua não garante na integra a protecção necessária a quem vive nesta freguesia. Podemos verificar zonas de risco que não foram intervencionadas. É igualmente preocupante o facto de que, após oito anos ainda não tenha sido removido o aterro que está a estrangular o leito da Ribeira”, declarou o parlamentar comunista.

A CDU salienta que grande parte do que falta fazer em relação aos danos do referido temporal “é, em primeiro lugar, da responsabilidade do Governo Regional (e do partido que o sustenta na Assembleia Legislativa Regional, o PSD) que, em nosso entender, inverteu as prioridades, pois preferiu, em algumas situações, construir ou reconstruir o acessório em vez de se focar no fundamental, como foi o caso da Marina do Lugar de Baixo onde foram gastos vários milhões de euros da “Lei de Meios”, verbas essas que seriam fundamentais para obras prioritárias”, critica.

Outro exemplo,aponta, foi o que se passou no Funchal com a construção de infraestruturas desnecessárias como o famoso “Cais 8” – fortemente contestado pelas populações e por várias forças políticas. “Por outro lado, algumas intervenções nos cursos de água resultaram na aplicação de um conjunto de técnicas de duvidosa eficácia e, em muitos casos, as intervenções estreitaram ainda mais as linhas de água, potenciando assim riscos em aluviões futuras”, conclui a CDU.