Filho de Mário Soares lembra o avô ex-sacerdote e diz que castidade e celibato “são exigências disparatadas”

Bispo
Esta é uma das imagens que João Soares publica na sua página do Facebook na abordagem ao caso “Padre Giselo”.

João Soares, como se sabe filho de Mário Soares, aborda, na sua página pessoal da rede social Facebook, o caso “Padre Giselo”, afastado da paróquia do Monte por ter assumido recentemente a paternidade de uma filha. Tem um texto com três imagens, uma delas com o padre Giselo e o Bispo do Funchal D. António Carrilho.

João Soares afirma-se “não crente” e “mesmo ateu”, mas as suas posições sobre este assunto têm a particularidade de virem de um neto de um ex-sacerdote católico, como lembra no seu escrito falando do avô: “Foi dos primeiros, em Portugal no início do século passado, a conseguir, junto do Vaticano, desobrigar-se das ordens. Quando já era pai de dois filhos, gerados ainda enquanto sacerdote. E, honra lhe seja, de imediato assumidos como filhos”.

Afirma registar “com respeito mas tristeza, esta noticia”. Diz ter “o maior respeito por quem tem fé, quem acredita. Começando, como é obvio, pela memória de minha mãe, Maria Barroso. Que se tornou crente, já bem adulta. Há até quem diga por minha causa. Isto dito, acho que este é um dos dramas da “nossa” Igreja Católica. Digo nossa, porque ela Igreja Católica, na minha opinião de sempre, faz parte, com as Forças Armadas, da nossa espinha dorsal, como povo e como Pátria. Sendo, hoje, uma instituição centenária, muito experiente, sensata, culta. Onde, do que tenho visto, e tenho visto alguma coisa, a promoção se faz por mérito. Também, e mesmo sobretudo, intelectual. O que não é muito frequente na nossa terra. Este principio da castidade, e celibato, dos sacerdotes católicos, é, na minha modesta opinião, uma exigência disparatada, e muito dificilmente cumprível. Atrevo-me até a, com todo o respeito, dizer, contranatura”.

“Na minha opinião, reforç”, reforça, “o celibato, e sobretudo a castidade, estão para a “nossa” Igreja, como a regra “de ouro”, leninista, da maioria operária no CC está para o “nosso” PCP. Também uma experiente, e experimentada, instituição da nossa Pátria. Quase centenária. Pela qual não sendo, nem tendo sido nunca crente, tenho também grande respeito”.