LREC já está a avaliar irregularidades em prédio na Cancela, trabalhos concluídos dentro de duas semanas

Casais da Quinta C
Os trabalhos de avaliação do LREC ao edifício Casais da Quinta deverão estar concluídos dentro de duas semanas.

Técnicos do Laboratório Regional de Engenharia Civil já estão no terreno a avaliar as eventuais irregularidades reveladas na construção do edifício “Casais da Quintas”, na Cancela. O prédio tem fissuras de considerável dimensão e a preocupação dos moradores levou o problema à Câmara de Santa Cruz, que por sua vez decidiu solicitar a intervenção do LREC no sentido de verificar a situação real do edifício e até que ponto a situação aconselha a uma posterior intervenção das entidades competentes.

Para já, segundo o presidente do LREC, Pimenta de França, os trabalhos incidem “na modelação matemática do edifício, além da verificação da conformidade das patologias que lá estão com o que está a ser obtido em cálculo”, no sentido de serem encontradas soluções, prevendo que dentro de duas semanas esses mesmos trabalhos deverão estar concluídos. As respetivas conclusões serão entregues à Câmara, entidade responsável pela solicitação da intervenção do LREC.

A situação do edifício, que teve como promotor a IMOTELMADE e como construtora a ELIMAR, num processo mediado pela Investimentos Habitacionais da Madeira, revela muitas dúvidas relativamente ao processo de construção. A tal ponto dos moradores, a maior parte tendo adquirido os apartamentos, sentirem necessidade de colocar o problema à Câmara, uma vez que em quase todos os blocos há sinais claros que enormes fissuras, causando preocupações no que toca a questões de segurança para as pessoas.

Casais Quinta fissuras C
Alguns tetos de apartamentos revelam fissuras consideráveis.

Na altura, técnicos da Câmara Municipal de Santa Cruz, que foram ao local, revelaram que “o edifício tem, ao nível da construção, faltas de peças estruturantes, que podem provocar falências estruturais”. A conclusão a que chegaram indicava a falta de pilares, “há falhas relativamente ao projeto inicial”, apontaram. E foi com esse alerta que a autarquia de Filipe Sousa assumiu o pagamento da vistoria que neste momento decorre, por parte do LREC, visando haver um registo sobre a situação.

Os moradores continuam preocupados, uma vez que os indícios são demasiado evidentes para que a conclusão da vistoria não aponte no sentido de uma intervenção para garantir segurança. Estão convencidos que o prédio não está seguro e que, por isso, as entidades deverão articular posições para que sejam reparadas as anomalias.

Para já, a Câmara de Santa Cruz irá receber o relatório do LREC, mas na altura em que o caso foi divulgado, a autarquia admitiu a possibilidade de se tratar de um problema que, eventualmente e dependendo da gravidade, possa obrigar a um realojamento das pessoas, situação que naturalmente ultrapassa o âmbito da Câmara, havendo um apelo à mobilização do próprio Governo, uma vez que o processo de construção, a custos controlados, teve a mediação da Investimentos Habitacionais, sendo que os moradores que adquiriram os apartamentos estavam inscritos na IHM.