Tranquilidade ficou com a Açoreana e alega razões de “sustentabilidade técnica” para denunciar os seguros de vida dos clientes do Santander

banif santander
O Santander comprou o Banif e ficou com os clientes, que tinham a Açoreana como seguradora para os créditos à habitação. A Tranquilidade comprou a Açoreana e denunciou esses contratos em dezembro.

O Funchal Notícias deu conta, ontem, da indignação que os clientes do Santander sentiram quando receberam, da instituição bancária, uma carta onde informavam que o grupo que detém a seguradora Açoreana, com quem foram estabelecidos seguros de vida associados aos créditos à habitação, decidiu denunciar os respetivos contratos, que assim expiraram a 31 de dezembro.

Disse o Banco, na mesma carta datada de 22 de dezembro, que recebeu a informação, por escrito, a 5 de dezembro, mas há clientes que apontam o facto do Santander ter enviado a informação com pouco tempo de antecedência, com a agravante de ter acontecido a poucos dias do Natal e de não ser possível encontrar uma alternativa antes de expirar o prazo de validade. Resultado: os contratos de crédito à habitação estão desde 1 de janeiro sem seguro de vida, como é obrigatório, com os riscos daí advindos.

Hoje, o jornal ECO (Economia) divulga, online, uma carta da Tranquilidade, grupo que adquiriu a Açoreana, enviada para clientes no Continente, dando nota mesmo de um documento dirigido a um cliente de Lisboa, onde alega “razões de sustentabilidade técnica” para a cessação dos contratos. A Tranquilidade, que comprou a seguradora que pertencia ao Banif, com quem se fundiu e deu origem à Seguradoras Unidas, diz na carta, a propósito desta decisão: “Considerando as condições agravadas nos últimos anos, em que esta apólice Grupo está a funcionar, e por razões de sustentabilidade técnica, para a Seguradora, a mesma não será renovada, nos atuais moldes previstos no contrato”.

A companhia, de acordo com informação enviada na carta de 12 de dezembro, divulgada agora pelo ECO, dá no entanto uma solução. Afirma já ter um produto alternativo para oferecer, um seguro de vida “Crédito Casa”, evitando assim qualquer interrupção de cobertura.

Relativamente aos clientes do Santander na Madeira, pelo menos os vários que contactaram o Funchal Notícias, a informação de denuncia foi enviada pelo Banco e não pela Tranquilidade, sendo que a data da missiva do Banco é de 22 de dezembro e a da companhia de seguros enviada ao clientes a que se refere a carta publicada no ECO é de 12 de dezembro, situação que corresponde a um timming diferente em termos de alternativas a encontrar, até porque as cartas do Santander na Região começaram a chegar a casa das pessoas já em janeiro, depois de expirar os contratos.

O FN sabe que, no que toca à Madeira, o grupo que agora detém os clientes da Açoreana, já está a propor alternativas de produtos para que os contratos de créditos à habitação estabelecidos com o Santander, possam ter cobertura legalmente exigida, sendo que, até haver solução, esses mesmos contratos estão sem essa cobertura. Como ontem demos conta, também, o próprio Santander deu conhecimento da sua disponibilidade para encontrar um produto alternativo, sendo que os clientes temem que esses novos produtos correspondam a um agravamento substancial dos custos.