Mais 60 enfermeiros prometidos para o ano não satisfazem oposição; Saúde sob fogo, PPP para o novo hospital desagrada

Fotos Rui Marote

O serviço regional de saúde vai contratar mais 60 enfermeiros em 2018, disse hoje o governante com a pasta da saúde, respondendo a perguntas dos deputados da oposição. Pedro Ramos fez esta afirmação,  mas teve de confrontar-se com as observações dos parlamentares de outras forças políticas,  entre as quais as dos deputados do Bloco de Esquerda e do CDS, que referiram,  entre outras críticas, o funcionamento deficiente do serviço de urgência – um dos piores serviços do hospital, segundo Mário Pereira (CDS); a necessidade efectiva de 400 enfermeiros, segundo disse Roberto Almada (BE), e a inoperacionalidade dos serviços de cirurgia em ambulatório, para reduzir listas de espera.

Mário Pereira, médico de formação,  tal como Pedro Ramos, apontou múltiplas situações que concorrem para a inoperância do sistema, entre as quais a saída de médicos, entre os quais radiologistas e anestesistas,  para o privado ou mesmo para o estrangeiro,  bem como a falta de enfermeiros e outros profissionais de saúde.

Mário Pereira, por outro lado, disse que é essencial que o público saiba o que será verdadeiramente o novo hospital da Madeira,  e não aquilo que tem sido veiculado e que “é apenas o que o Governo quer que a comunicação social saiba”.

Os partidos da oposição convergem em dizer que a opção por uma parceria público-privada no caso do novo hospital da Madeira, sua construção e gestão, seria algo ruinoso e que faria que os madeirenses fossem “mais uma vez enganados”, acabando por pagar “não um, mas dois ou três hospitais”, mais uma vez comprometendo, com uma dívida, as gerações futuras.

Entretanto, Pedro Ramos garantiu que o SESARAM terá ainda mais um psiquiatra em 2018, totalizando seis,  mas Roberto Almada afirmou que “nem de binóculo os vemos”. Na prática, insistiu a oposição, só há um psiquiatra a dar consultas,  sendo que os outros “apenas dão apoio”.