Todos à espera que Pedro, o “salvador”, mostre serviço…

Ilustração de José Alves.

Na Madeira, todos esperam que um Pedro faça a vez de “Salvador”. E dão a este Pedro, que é Calado mas habilidoso, cerca de dois anos para mostrar que é, efetivamente, uma tardia mas acertada aposta de Albuquerque.

O Estepilha há muito que deixou de apostar as fichas em milagres porque a realidade mostra quem são os Donos Disto Tudo, com messias ou sem messias. Há um fascínio e uma cumplicidade ancestral na Madeira para dar o puré aos mesmos do costume, com ou sem birras.

O Estepilha também deixou de escrever cartas ao pai Natal, porque o suporte digital passou a ser a cultura emergente. Ainda assim, aguarda que este Pedro saiba fazer o milagre das rosas e distribua pelos mais pequenos ou desfavorecidos o bolo do orçamento. Se é para alimentar os mesmos, o Estepilha já não acredita no Pai Natal. Se é para dizer que é difícil, vamos ali e voltamos; se é para dizer que vai nomear uma comissão de estudo para estudar as sebentas estudadas e treslidas, o Estepilha quer já saltar o calendário para janeiro.

Pelas redes sociais, a carta a este Pedro da pena do Estepilha fala numa aposta destemida e resoluta na Saúde de todos, na recompensa adequada a quem percebe de Saúde, os profissionais de saúde, medicamentos para todos a tempo e horas, um teto para quem não tem abrigo, e só depois o betão para chegar mais depressa ao céu e talvez um ferry para ligar esta pérola ao continente. Ah, e last but not least, uma imprensa plural, não embrulhada em chorudos brindes publicitários para os entertainers de serviço – a prenda no sapatinho destes é todo o ano e não espera natais…

Se o milagre de Pedro trouxer tudo isto, o Estepilha dirá que talvez valha a pena acreditar no Natal.