Crónica Urbana: Curar a ressaca na companhia dos pombos…

Rui Marote
O sol desponta no horizonte. São sete horas e cinquenta. Um pescador amador lança a sua linha, na ponta do cais do Funchal. No banco que serve de apoio aos apetrechos piscatórios, um homem de cabeça baixa, envergando um capuz, com as mãos nos bolsos, é rodeado de pombos famintos, alimentando-se das migalhas de pão que são lançadas ao mar como engodo para atrair os peixes. O iodo, inspirado, talvez seja uma das medidas para curar a ressaca. Nunca se sabe. Há tantos remédios para isso.

No pensamento deste jovem, calculamos, um pensamento ressoa: “Nunca mais vou beber”. Esta frase já foi dita dezenas e dezenas de vezes por quem ama cerveja, vinho, poncha, caipirinha, whisky ou tudo isso e outras bebidas mais. Acordar com os velhos conhecidos sintomas é terrível; náusea, muita dor de cabeça, azia, fadiga incomum e desidratação generalizada. É uma coisa tão má que se jura logo: para nunca mais. Mas a cena repete-se, amanhã numa mesa de um bar, numa discoteca, dançando, bebendo como não houvesse amanhã… apesar de o amanhã prometer ressaca!!!
Beber sem ter medo de ser feliz seria um sonho, mas a ressaca nada mais é que um aviso do corpo para tomar cuidado, pois o fígado existe… Qual seria a expectativa de vida do ser humano que aprecia beber, se não fosse a ressaca?
Ficamos por estas imagens em que a ressaca é visitada poeticamente por esta ave da familia Columbidae…