BE diz-se “atónito” com impacto ambiental das obras no Paul da Serra

Um grupo de activistas do Bloco de Esquerda foram ontem ao Paul da Serra, para, in loco, observar o desenvolvimento das obras de intervenção para a ampliação do aproveitamento hidroeléctrico da Calheta e a suas implicações na modificação dos habitats locais.
O que foi observado no local, referem,” deixou-nos atónitos”. Para o partido, “confirma-se ali um verdadeiro crime
ecológico. No nosso entender, não pode valer tudo. No, outrora, Pico da Urze, deparamo-nos com um amontoado de urzes mortas que, a julgar pela espessura, têm largas décadas de existência Será este o triste fim das espécies endémicas da Região!? A perturbação causada pelas obras em larga escala espoletou uma autêntica desorientação das aves que habitualmente habitam naquele local. As poucas que restam são o espelho desta transformação arbustiva de rompante daquela área protegida”.


Toda esta transformação, afirma esta força política, põe em causa a sobrevivência das espécies destes habitats, o que leva a questionar como se desenvolve um projecto desta envergadura sem que esteja sujeito, a priori, a um
procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental; como é que as intervenções em causa localizam-se em área classificada como Rede Natura 2000 e qual o papel desempenhado pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais na monitorização permanente das obras;  a transformação decorrente das obras – sonora e visual, coaduna-se com o Plano de Acompanhamento Ambiental e com o plano de recuperação biofísica da área, interrogam ainda os activistas, que apontam que na DIA (Declaração de Impacte Ambiental) deste projecto não são explícitos: a dimensão das condutas, o volume das escavações para a sua implementação nem tão pouco a área objecto de corte de vegetação indígena. “Esta ausência de respostas é feita à medida de quem!? Do Ambiente não será com certeza”, consideram.

“As respostas a todas as questões atrás referidas poderiam surgir duma entidade que julgamos morta”, acusam. “Ainda assim lançamos a dúvida: tem a Região Autónoma da Madeira Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais e no âmbito desta Direcção Regional de Florestas e Conservação da Natureza!?”.