Novo presidente da AMRAM enfatizou que a eleição foi “ordeira” e “com consensos”

Fotos: Rui Marote

O novo presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira, Teófilo Cunha, que foi hoje eleito no decorrer de uma longa reunião que se prolongou por duas horas e meia na sede da AMRAM no Funchal, considerou hoje à tarde que o encontro não foi propriamente “pacífico”, dadas as características de uma eleição para órgãos deste tipo, havendo vários partidos e movimentos representados. “Mas a reunião foi ordeira. Grande parte dos colegas já se conhecem há muito tempo e o encontro decorreu de forma cordial e com consensos”. Todos os órgãos foram eleitos por unanimidade, sublinhou. Conforme o FN já referiu, e como já se perspectiva num acordo PSD-CDS, Teófilo foi eleito presidente, sucedendo a Paulo Cafôfo. O presidente da Mesa Intermunicipal é agora Emanuel Câmara, enquanto que o presidente do Conselho Fiscal é José António Garcês.

O presidente da Câmara Municipal de Santana encabeçou a única lista candidata à liderança, não tendo chegado a ser discutidos outros nomes. No entanto, e embora para a presidência não tenha havido senão um nome proposto, para presidir à Mesa outro nome esteve na calha, movimentando discussão; mas chegou-se a acordo para que “não houvesse atritos”. O nome proposto, do edil do Porto Moniz, Emanuel Câmara, acabou por ser votado por unanimidade.

Este ano, decidiu-se que quem tinha maioria ficava com a Presidência e o Conselho Fiscal, ficando quem tinha minoria, com a presidência da assembleia intermunicipal. Apesar de haver esta distinção entre esquerda e direita expressa nas eleições para os diferentes cargos, Teófilo Cunha fez questão de afirmar que “a partir de hoje não há aqui presidentes de esquerda nem de direita, mas um presidente da Associação de Municípios da Madeira”.

O nome inicialmente proposto para a mesa, embora não tenha sido revelado, situava-se “numa área de centro-direita”. Mas, disse o presidente da Câmara de Santana, achou-se mais correcto de “pelo menos um órgão pertencer a uma área política que não foi aquela maioritária”.

Teófilo Cunha admitiu que a presidência da AMRAM é um “grande desafio”, que procurará levar a cabo com os outros responsáveis e com as outras quatro pessoas que, como ele, integram o Conselho Executivo. “Temos ideias e já expressámos algumas”, disse.”Queremos dar andamento aos bons temas que foram lançados e que têm pernas para andar, e queremos implementar medidas que não tiveram qualquer resolução, não por inércia do anterior conselho executivo, mas porque o tempo também passou tão rápido e não houve forma de resolver”.

Entre esses assuntos, declarou, as câmaras municipais não vão aceitar continuar a pagar em relação à saúde dos colaboradores. “Qualquer colaborador da câmara municipal que vá aos serviços públicos de saúde, resulta no envio para casa de uma factura, pelos serviços prestados, do serviço de saúde regional, quando esses mesmos trabalhadores já estão a descontar para a ADSE nacional. Tem que haver aqui um consenso, e haver alguém que pague esta conta. Não podem ser os municípios a suportar na íntegra esta despesa”, criticou. São valores que, durante quatro anos, se cifram em muitos milhares de euros. “Por uma simples medição de tensão arterial, e para vosso conhecimento, uma câmara municipal paga cinco euros”, disse Teófilo Cunha aos jornalistas. “Isto não pode continuar a acontecer”.

Sobre as relações que espera que a AMRAM possa ter agora com o Governo Regional, o orador disse esperar que as relações institucionais se mantenham, independentemente das cores partidárias.

A votação final foi unânime e em voto secreto, para os três órgãos da AMRAM.