A Revolução de Outubro

1º- No passado dia 7 de Novembro comemorou-se em todo o mundo o centenário da Revolução Russa de 1917, dirigida por Lenine e pelo Partido Bolchevique, com a ativa colaboração do Movimento Operário e do Campesinato russo.
Nascida e desenvolvida a partir da análise das leis objectivas da sociedade, estudadas e elaboradas por Marx e Engels, e como corolário das rebeliões e revoluções do movimento operário russo de 1905, e Fevereiro de 1917, que puseram fim ao secular poder dos czaristas, a Revolução de Outubro abriu uma nova era na História mundial, com a proclamação do primeiro Estado Operário e Camponês nunca antes conhecido pela humanidade, e com a demonstração na prática, que a superação do capitalismo pelo socialismo era possível e até inevitável para a transformação do Mundo.
Na verdade, a Revolução Russa de 1917 e a criação da União Soviética, que venceu o boicote, a sabotagem, a agressão das potências estrangeiras, a guerra civil, e o bloqueio económico, constituiu a primeira grande tentativa na História para criar e levar avante uma sociedade nova, justa, solidária, e liberta de todas as formas de opressão e de exploração do homem pelo homem, promovendo ainda a amizade, e a cooperação entre os povos.
De facto, a União Soviética, nascida da Revolução de Outubro, foi o primeiro estado do Mundo a praticar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher, e a defesa dos direitos humanos, tais como o direito ao trabalho, ao salário justo e a férias pagas, o direito à habitação, à saúde, à segurança social, ao ensino, e à cultura, bem como a proteção da infância, da juventude, e da velhice; tudo direitos que pela luta dos trabalhadores e dos progressistas se estenderam, progressivamente, em muitas regiões do planeta; e a que também se juntou a tentativa para trazer a Paz aos povos, a terra aos camponeses, e o pão para os pobres e desvalidos.
Acresce que conduzida por Lenine e pelo Partido Comunista, a União Soviética superou a enorme miséria e o atraso que flagelavam o povo russo, e em poucos anos conquistou grandes avanços e conquistas económicas, sociais, culturais e científicas, que a elevaram ao estatuto de País mais adiantado da Europa e um dos mais desenvolvidos do mundo.
Deve-se ainda à União Soviética, conduzida pelo partido comunista e então por Stalin, um papel determinante na resistência contra o nazismo e o fascismo, e na empolgante vitória dos aliados na segunda Guerra Mundial, obtida à custa dum prodigioso esforço e imenso sacrifício, que lhes causou mais de vinte milhões de vidas.
Foi também a União Soviética quem fomentou e promoveu grande parte da luta contra o colonialismo, e a defesa dos povos contra as agressões imperialistas e colonialistas, como aconteceu em África, na Coreia, no Vietnam, em Cuba e em muitas outras zonas do globo.
De facto, enquanto os chamados países democratas do Ocidente capitalista, apoiavam e colaboravam com os regimes fascistas e colonialistas de Franco e de Salazar, a União Soviética ajudou e protegeu os Movimentos de Libertação das Colónias, os partidos comunistas e também muitos progressistas, com apoios materiais e, sobretudo, concedendo asilo político, trabalho e formação, a milhares de refugiados e suas famílias vitimas da repressão fascista e colonialista.
De modo que, o desaparecimento da União Soviética e a queda dos países socialistas do Leste europeu, por razões internas e externas, resultou num intenso retrocesso político, social, e económico para os povos socialistas, e também uma tragédia para o Mundo, com a globalização do imperialismo e do neoliberalismo capitalista, e a multiplicação da rapina e das guerras sujas, como verificamos na Jugoslávia, no Iraque, no continente africano desde o Sudão à República Centro Africana, no Líbano, na Líbia, na Síria, e no golpe de estado na Ucrânia.

2º- Mas apesar de toda esta conjuntura negativa, a Revolução de Outubro de 1917, continuou a ser uma fonte de inspiração para os revolucionários de todo o mundo, como se verifica na China que surpreende e assombra com os seus êxitos colossais, em Cuba que é um modelo de valentia e dedicação à causa do socialismo, no heroico Vietnam que se desenvolve e defende a sua independência, e ainda nos avanços vitoriosos contra o capitalismo, levados avante pelos povos da Venezuela, da Bolívia, do Equador, da Nicarágua, da Síria e de outras regiões do planeta.
Como tal, as comemorações do Centenário da Revolução Russa de 1917, não são uma fonte saudosista e romântica de lembrança do passado, mas sim uma fonte de inspiração, de resistência, e de luta no presente.
Ainda na primeira semana deste mês de Novembro, o Movimento Comunista Internacional reuniu 103 partidos comunistas e operários de todo o mundo na cidade de São Petersburgo, antiga Leninegrado, para comemorarem o centenário da vitoriosa Revolução de Outubro de 1917.
Nesse acontecimento, o Movimento Comunista Internacional deliberou a criação e desenvolvimento de medidas para a coordenação da ação de todos os partidos comunistas na luta pela Paz e pelo socialismo, contra o imperialismo, o militarismo, o armamento, a proliferação das armas nucleares, e as bases militares agressivas.
Deliberaram ainda intensificar a luta pelo fim do criminoso bloqueio a Cuba, contra a ocupação da Palestina pelos sionistas de Israel, e contra as ingerências do capitalismo e do imperialismo na América Latina, na Síria, na África e na Ásia, com a convicção e certeza que o socialismo e o comunismo são o futuro da emancipação do Homem.
De modo que a História indica, e a vida mostra cada vez mais, que o futuro da humanidade não pertence ao capitalismo predador, opressor e explorador, mas sim ao socialismo como ocorreu em Outubro, através da luta organizada dos trabalhadores, dos progressistas, e dos povos de todo o Mundo.