Menezes de Oliveira acusa Governo Regional de “deturpar a história” ao não ter representante do Porto Santo na comissão executiva dos 600 anos

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“O Governo Regional até deturpa a História fazendo crer que a Madeira foi descoberta primeiro”, diz Menezes de Oliveira.

As “forças vivas” do Porto Santo estão “descontentes e indignadas” com a inexistência de um representante na Comissão Executiva da Estrutura de Missão para a comemoração dos 600 anos da ilha da Madeira e Porto Santo, chefiada por Guilherme Silva, ex-deputado do PSD na Assembleia da República. A nomeação já está publicada no JORAM, como o Funchal Notícias já deu a conhecer, sendo que a comissão é constituída ainda por Maria do Carmo Fontes, técnica da secretaria do Turismo, Natércia Xavier, adjunta da secretária do Turismo, Teresa Brazão, diretora regional de Cultura, Roberto Santa Clara, diretor da Associação de Promoção.

Os comentários sucedem-se, em surdina, mas a voz visível dessa reação partiu do vereador socialista e anterior presidente da Câmara Municipal do Porto Santo, que inclusivé já tinha indicado um representante, a professora Rosa Oliveira, a solicitação do anterior secretário Eduardo de Jesus. E Filipe Menezes de Oliveira diz mesmo ser “incompreensível a posição do Governo Regional, ao nomear uma comissão para a descoberta da Madeira e Porto Santo, sem um único representante da primeira ilha a ser descoberta. Se fosse para comemorar apenas a descoberta da Madeira, teria que ser em 2019 e não em 2018, porque em 2018 faz 600 anos da descoberta do Porto Santo, como reza a história. O Governo Regional até quer deturpar a história, desvalorizando a ilha do Porto Santo”, acusa o antecessor de Idalino Vasconcelos e atual vereador socialista.

Menezes de Oliveira diz tratar-se de um projeto lançado durante o seu mandato, tendo inclusivé convidado o Presidente da República, que de imediato apadrinhou a iniciativa. “Uma coisa é quererem iniciar na Madeira as comemorações dos 600 anos da Madeira e Porto Santo, outra coisa é centralizar as comemorações apenas da Madeira e nem haver um representante do Porto Santo na comissão. É inconcebível”. Afirma não estar em causa a capacidade dos membros nomeados, mas sim a inexistência de uma representação da ilha do Porto Santo”.

O vereador socialista diz já ter falado com o presidente da Câmara do Porto Santo, Idalino Vasconcelos, que também desconhecia esta decisão do Governo”. Diz haver descontentamento geral, até porque o Porto Santo foi quem primeiro comemorou esta efeméride. ” Trata-se de uma comemoração de grande relevo e o Governo Regional, em vez de se preocupar com a importância que representa o acontecimento, incluindo Porto Santo, vem ter uma atitude que até deturpa a História dando a entender que a Madeira foi descoberta em primeiro lugar e centralizando tudo na Madeira sem ter em conta as pessoas do Porto Santo e os seus legítimos representantes”.

Na sua página da rede social facebook, Menezes de Oliveira refere que “colocar a Madeira no mesmo patamar do Porto Santo, na epopeia das descobertas portuguesas é uma verdadeira deturpação da nossa identidade, da nossa cultura e do nosso património de seis séculos de história. Afinal de contas, o Porto Santo foi descoberto em 1418 e a Madeira em 1419. Por isso, em 2018, o aniversário e comemoração dos 600 de história são nossos”, reage assim o vereador.

Recorde-se que, relativamente à legislação que cria esta comissão para as comemorações dos 600 anos da descoberta da Madeira e Porto Santo, a mesma é composta por um orgão executivo, que é liderado por Guilherme Silva, bem como um orgão consultivo onde figuram representantes dos municípios da Região, incluindo o Porto Santo. O que Menezes de Oliveira defende é que o Porto Santo, sendo a primeira ilha a ser descoberta, deveria ter um elemento, escolhido de forma consensual, para seu representante no orgão executivo.