Estudantes da Hotelaria ouvidos pelo FN desdramatizam mas assumem que há atrasos no reembolso de verbas adiantadas pelos alunos para transporte

Fotos: Rui Marote

O Funchal Notícias foi conversar com alguns alunos da Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira, à saída do estabelecimento de ensino, sobre o teor das denúncias que foram feitas pela Associação “Força de Estudantes da Madeira”. Recolheu vários depoimentos, sob anonimato, mas nenhum deles cabalmente confirmou a denúncia de uma “exigência” ou de “pressões” por parte daquele estabelecimento de ensino relativamente à realização de 60 horas não contabilizadas na Formação de Contexto e Trabalho, o que terá como resultado, ao contrário do ano lectivo passado, os alunos a passar o Verão em estágio, mesmo já tendo realizado parte do mesmo, como refere a “Força de Estudantes da Madeira”.

“A minha turma não foi abordada dessa forma. Foi-nos posta a questão de forma opcional, não nos sentimos pressionados. Mas não posso falar pelas outras turmas. Talvez outros estudantes tenham sido abordados de outra forma”, disse-nos um jovem aluno. Ao lado, um seu colega confirmava.

Os alunos com quem falávamos não se sentiam “explorados” pelo estabelecimento de ensino. Assumiam tranquilamente que um estágio, mesmo não remunerado, era condição essencial para estabelecer contactos e entrar no mundo do trabalho na hotelaria, sector no qual decidiram investir os seus esforços profissionais. Também encaravam sem dramas a necessidade de trabalhar horários prolongados, incluindo aos fins-de-semana, feriados e em alturas como a Páscoa, o Natal ou as festas de fim-do-ano. Conforme o que nos transmitiram, nas profissões que estão a abraçar, são apenas “ossos do ofício”.

Em contrapartida, os estudantes com quem o FN dialogou confirmaram-nos a necessidade de alunos terem de assumir o pagamento do passe dos transportes públicos, só sendo reembolsados após cerca de duas semanas ou mais. Há um prazo, aparentemente de dez dias, para receber o reembolso, mas a escola atrasa-se sistematicamente no pagamento, asseguram. Esta situação acontece apenas com a “Horários do Funchal”. Pelo que nos disseram, essa circunstância “pode criar dificuldades a alunos de menores posses”.