A Associação Amigos do Conservatório de Música da Madeira, uma instituição que desde há anos tem realizado um trabalho meritório na produção cultural na Madeira, vai iniciar a sua temporada 2017/2018 com a terceira edição do Madeira PianoFest, sob a direcção artística de Robert Andres, e que decorre entre os dias 4 a 12 de Novembro, no Teatro Municipal Baltazar Dias. O evento, que promete proporcionar bons concertos, decorre em co-produção com a Câmara Municipal do Funchal e com o apoio da Direcção Regional da Cultura.

No dia 4 de Novembro, sábado, às 18 horas, haverá um recital de dois pianos, protagonizado pelo duo pianístico e casal croata Dalibor Cikojevic e Zrinka Ivancic Cikojevic, O duo apresentará, para além de obras de compositores franceses consagrados, uma obra fascinante, o “Zodíaco” do compositor croata de ascendência da nobreza grega, Boris Papandopulo, na qual o mesmo retrata musicalmente as características principais dos signos, contando em alguns com a participação de percussão, em colaboração com Rui Rodrigues e Jorge Garcia, professores do CEPAM.

O programa é o seguinte:

1. Papandopulo Zodíaco, suíte de danças para dois pianos e percussão
2. Debussy En blanc et noir, suíte para dois pianos
3. Poulenc L´embarquement pour Cythere

Elegie

Capriccio

 

Dalibor Cikojevic é um dos mais proeminentes músicos da sua geração na Croácia. Apresenta-se regularmente em recitais e com orquestras no seu país e no estrangeiro, com o destaque particular para as obras dos compositores croatas B. Papandopulo e B. Kunc, conforme testemunhado por cinco CDs a eles dedicados. Foi premiado pela Sociedade de Música Croata para a sua atividade artística e recebeu um prémio para o melhor álbum da música clássica.

Foi também reconhecido internacionalmente com escritor, tendo escrito três romances, o último dos quais foi traduzido para alemão e galardoado com o prémio da Steiermärkische Sparkasse como o melhor romance estrangeiro.

Estudou em Split e a seguir em Vienna, onde se graduou e recebeu o mestrado da Escola Superior na classe de Alexander Jenner, tendo também estudado com Oleg Maisenberg e pedagogia instrumental com Carmen Graf Adnet.

Tocou em vários festivais nacionais e internacionais, com várias orquestras e ensambles croatas e com o Ensemble do Século XX de Viena. Ensinou durante vários anos em Áustria, na Universidade para Música em Viena e presentemente é professor catedrático e reitor da Academia de Música de Zagreb.

Já Zrinka Ivancic Cikojevic é uma dos mais talentosas pianistas da geração jovem. Foi laureada de vários concursos nacionais e internacionais, tendo em consequência actuado em vários festivais de música prestigiosos. Apresentou-se como solista com todas as maiores orquestras e ensembles croatas e dedica-se também bastante à música de câmara.

Graduou-se da Academia de Música de Zagreb, tendo também concluído o seu mestrado na mesma instituição e depois estudado com Franco Scala, na Itália. Gravou para a rádio e televisão croatas e para a editora Croatia Records. Desde 2007 trabalha como pianista-acompanhadora na Academia de Música de Zagreb.

Entretanto, no dia 5 de Novembro, domingo, às 18 horas, haverá novo recital de piano. A pianista polaca Anna Miernik apresenta-se neste recital como embaixatriz da música polaca, destacando-se do programa várias obras do “poeta de piano”, Fryderyk Chopin.

O alinhamento é o seguinte:

1. Chopin Noturno em Mi bemol maior Op. 9 nº 2
2. J. Paderewski Capricho-Valsa Op. 10 nº 5
   K. Szymanowski Estudo em Si bemol menor Op. 4 nº 3
3. Nowowiejski Borowiak
4. Scriabin Sonata-Fantasia em Sol sustenido menor Op. 19
   M. Moszkowski Capricho espanhol
5. Chopin Valsa em Mi bemol maior Op. 18 nº 1

Variações em Si bemol maior Op. 12

Balada nº 1 em Sol menor Op. 23

Scherzo nº 2 em Si bemol menor Op. 31

Anna Miernik já actuou em 24 países, em cinco continentes. Em 2013 apresentou 15 recitais no âmbito da digressão pela Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos. Em 2016 atuou em Melbourne com orquestra no mesmo dia e lugar em que, 111 anos atrás, tocou o seu grande compatriota, Paderewski.

Graduou-se com honra da Academia de Música em Cracóvia em 2013, tendo estudado com Andrzej Pikul e frequentado cursos com Paul Badura-Skoda, Andrzej Jasinski e Dina Yoffe.

Em 2014 gravou um CD com a violinista Patrycja Piekutowska, interpretando sonatas de Franck e Brahms. O seu repertório inclui obras de mais de 20 compositores polacos e fez várias estreias mundiais, incluindo algumas obras a ela dedicadas. As suas conquistas artísticas e académicas trouxeram-lhe várias bolsas.

Outro concerto realizar-se-á no dia 8 de Novembro, quarta-feira, às 21 horas. Do encanto da famosa sonata de Beethoven ao mundo fantástico das “Cenas para crianças” de Schumann e exaltação e virtuosismo dos estudos de Scriabin, o pianista ucraniano Vitaly Samoshko promete demonstrar a profundidade do seu talento aclamado em todo o mundo, realça a Associação.

É este o programa:

1. Ludwing van Beethoven: Sonata Op. 27 nº 2 “Ao luar”
2. Chopin: Balada nº 4 Op. 52
3. Schumann: Kinderszenen (Cenas para crianças) Op. 15
4. Scriabin: Estudo Op. 2 nº 1

Estudos Op. 8 nº 5 e 12

 

Segundo salienta a Associação dos Amigos do Conservatório, o premiado pianista Vitaly Samoshko é considerado um dos maiores talentos dos nossos tempos. Tendo participado em maiores festivais do mundo e junto com orquestras e maestros famosos, ensinando também jovens talentos, ele partilha o seu amor pela música com públicos e colegas.

Nasceu em Kharkov (Ucrânia) em 1973 e começou os seus estudos com cinco anos de idade com Leonid Margarius, com quem continuou os estudos em Imola (Itália) na Academia “Encontros com Maestro”. O seu talento atraiu atenção depois de ter recebido 2º prémio dos concursos internacionais Busoni em 1993, Senigallia em 1995, Montréal em 1996 e Rubinstein em 1998. O primeiro prémio do Concurso Rainha Elisabeta da Bélgica em 1999 deu azo a sua carreira mundial. Apresentou-se em mais de 25 países, em salas conceituadas tais como Tonhalle (Zurique), Théâtre du Châtelet (Paris), Metropolitan Museum e Steinway Hall (Nova Iorque), Concertgebouw (Amesterdão), Beethovenhalle (Bona), Yokohama Minato Mirai Hall, Okayama Symphony Hall, Kyoto Concert Hall (Japão) e Teatro Gran Rex em Buenos Aires.

Tocou com orquestras tais como a Filarmónicas de Tóquio, Sinfónica de Montréal, Filarmónica de Luxemburgo, Nacional de Bélgica, Sinfónica Estatal de S. Petersburgo, entre outras, e foi dirigido por maestros conceituados, tais como Charles Dutoit, Edvard Tchivzhel, Marc Soustrot, Gilbert Varga, Mendi Rodan, Georges Octors, Kazufumi Yamashita, David Shallon, Arthur Fagen, Otaka Tadaaki, Louis Langrée, Paul Daniel and David Angus.

Desde 2001 reside na Bélgica. Gravou vários CDs com obras de Schubert, Schumann, Scriabin, Prokofiev e Rachmaninov. Desde 2007 faz parte de júris de concursos internacionais. Em maio de 2009 gravou um CD com o Concerto nº 3 de Rachmananinov.

Entretanto, a 10 de Novembro, sexta-feira, também pelas 21 horas, realizar-se-á um recital de piano a quatro mãos, protagonizado pelo duo Robert Andres/Honor O’Hea. Ambos têm-se notabilizado nesta formação. O evento musical apresenta obras de três grandes mestres do Romantismo, ligados pelo requinte lírico e riqueza harmónica. Este concerto termina com uma das obras mais emblemáticas de um dos ícones da música francesa, apresentando a sua visão da famosa dança vienense.

O programa que os melómanos poderão ouvir será este:

1. Schumann: Quadros do Leste – 6 improvisos Op. 66
2. Brahms: Variações sobre um tema de Robert Schumann Op. 23
3. Grieg: Suite Peer Gynt nº 1 Op. 46
4. Debussy: Marcha escocesa sobre um tema popular (“Earl of Ross March”)
5. Ravel: La Valse

 

Actuando a quatro mãos e a dois pianos, o duo Robert Andres/Honor O’Hea tem recebido, desde 1995, um acolhimento entusiástico pela crítica musical e pelo público em mais de quinze países. Vários compositores, tais como Roger Price, Pedro Macedo Camacho e João Victor Costa dedicaram-lhes as suas obras. Atuaram no âmbito de festivais e séries em mais de 15 países europeus e nos Estados Unidos. Em 2004 apresentaram-se nos Estados Unidos, na Universidade de Tulsa, Oklahoma, no âmbito do festival “Tributo a Sequeira Costa”, tendo regressado como artistas convidados em abril de 2015. Duas obras para piano a quatro mãos constam do CD com obras para piano do compositor madeirense João Victor Costa, que foi lançado em 2008 pela Numérica, no âmbito das comemorações dos 500 anos do Funchal. Em Novembro de 2015 actuaram no Concerto de Gala do Encontro Nacional da EPTA-Portugal em Viana do Castelo. Em Dezembro do mesmo ano celebraram os 20 anos de atividade interpretando o Concerto para dois pianos e orquestra de Max Bruch, com a Orquestra Clássica da Madeira, sob a batuta do maestro Jean-Sebastien Béréau. No âmbito das Festas de Natal e Fim do Ano da Madeira, interpretaram em Dezembro do ano passado o Concerto em Dó menor de Bach para dois pianos com orquestra de bandolins e em Maio deste ano deram um recital na Sardenha.

A pianista irlandesa/portuguesa Honor O’Hea estudou na sua terra natal com Mabel Swainson e Jan Cap. Nessa altura, ganhou vários prémios incluindo a bolsa da Yamaha Music Foundation of Europe e, em dois anos seguidos, o prémio para piano de Ulster Bank Music Foundation Awards. Diplomou-se da Universidade de Londres tendo recebido posteriormente o Mestrado em piano nos Estados Unidos onde, como portadora duma bolsa da Fundação Fulbright, estudou com Sequeira Costa na Universidade de Kansas. Em 1996 Honor O’Hea teve a distinção de ser o primeiro estudante não-americano a receber a bolsa Adell-Hancock do Instituto da Educação Internacional dos Estados Unidos.

A seguir continuou ter aulas particulares com Dominique Merlet em Paris, tendo recebido conselhos também de Paul Badura Skoda e Pascal Rogé. Deu muitos concertos a solo, de câmara e com orquestras nos Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Portugal, Grã-Bretanha, Croácia, Áustria e Irlanda. As suas atuações na Madeira incluem várias apresentações como solista com a Orquestra Clássica da Madeira. Presentemente é professora de quadro de piano no Conservatório – Escola Profissional das Artes da Madeira.

O pianista croata/português Robert Andres é diplomado pela Academia de Música de Zagreb (Croácia), tendo prosseguido os seus estudos no Conservatório de Música de São Petersburgo, em Viena e nos Estados Unidos onde, numa bolsa da Fundação Fulbright, estudou com Sequeira Costa na Universidade de Kansas, da qual recebeu o doutoramento em artes musicais, assim como um mestrado em musicologia. Foi também aconselhado por pianistas de renome, tais como Pierre Sancan, Rudolf Kehrer, Claude Frank, Leonid Brumberg e Peter Katin.

Apresentou-se em recitais, concertos com orquestra e música de câmara em vários países europeus, na Venezuela e nos Estados Unidos. Orienta também regularmente masterclasses de piano, e já integrou mais de uma dezena de júris de concursos internacionais. Começou a sua atividade pedagógica no Colégio Kalamazoo, nos Estados Unidos, continuando-a desde 1993 no Conservatório – Escola Profissional das Artes da Madeira, sendo atualmente professor de quadro de piano e delegado do grupo de instrumentos de tecla. Desde 1997 é Presidente da Direcção da Associação dos Amigos do Conservatório de Música da Madeira. Tem escrito para revistas musicais especializadas, enciclopédias reputadas e jornais, em vários países.

Finalmente, no dia 12 de Novembro, domingo, às 18 horas, Dmytro Sukhovienko e Aäron Wajnberg são oss intérpretes convidados. Do romantismo requintado nórdico, vigor neoclássico russo e fogo-de-artifício pianístico com cariz espanhol, até ao ícone do minimalismo na música, este concerto percorre a gama inteira emocional e espelha a diversidade e virtuosismo dos intérpretes, promete a AACMM.

O programa é este:

1. Shostakovich: Concertino para dois pianos em Lá menor Op. 94

Ph. Glass:                    Quatro andamentos para dois pianos

1. Grieg: Canção antiga norueguesa com variações Op. 51
2. Ravel: Rapsódia espanhola

 

Dmytro Sukhovienko nasceu em Cherkasy (Ucrânia) em 1972 e estudou no Conservatório Nacional de Kiev com Vsevolod Vorobyov que lhe transmitiu a tradição da famosa escola de pianismo de Felix Blumenfeld, da qual faz parte também V Horowitz. Em 1995, recebeu uma bolsa de Yehudy Menuhin na Academia Menuhin em Gstaad (Suiça). Graduou-se em 1999 com o Prémio de Virtuosismo do Conservatório de Neuchâtel, tendo também participado em cursos com Paul Badura-Skoda, Barry Douglas, Dmitri Bashkirov, Philippe Entremont e Alexei Golovine.

Em 1997 ganhou o primeiro prémio do concurso em San Bartolomeo (Itália) e segundo do concurso Clara Schumann (Düsseldorf, Alemanha). Philippe Entremont disse sobre ele: “Dmytro Sukhovienko é o talento mais promissor que ouvi nas últimas três décadas”. Participou em vários festivais internacionais, tais comoFête de la Musique de Genève, Festival International de Musique Universitaire de Belfort, Musique en été à Genève, Les Sommets Musicaux de Gstaad, Les Classiques de Villars, Santo Domingo Music Festival, Festival Chopin em Genebra, e Valletta Baroque Festival.

Em 2004, foi feito um documentário sobre a sua vida enquanto pianista, patrocinado por UNESCO. Apresentou-se em salas conceituadas, tais como Concertgebouw em Amseterdão, Bozar em Bruxelas, Casino em Berna, UNESCO em Paris. Colaborou em música de câmara com músicos tais como Pierre Amoyal e Michael Kugel e trabalhou com maestros tais como Dmitry Sitkovetsky, David Josefovitz e Tougan Sokhiev. Em 2005 foi nomeado artista Bösendorfer. Gravou 6 CDs com obras de Chopin, Kolessa, Prokofiev, Liszt, Schubert, Rachmaninov, Schumann, Scarlatti, Brahms e Mussorgsky. È diretor artístico de concertos clássicos do Parlamento Europeu. Neste ano interpretará, junto com a violinista Alissa Margulis, todas as sonatas para violino e piano de Beethoven.

Por seu turno, o pianista israelita nascido na Bélgica, Aäron Wajnberg, fez a sua estreia oficial em Carnegie Hall em 2011. Venceu quase todos os concursos nacionais na Bélgica e o primeiro prémio do International American Protégé Piano Competition em Nova Iorque. Apresentou-se em algumas das mais conceituadas salas de concerto na Europa e América do Sul como solista, com orquestras e em música de câmara. Gravou o seu primeiro CD para a editora austríaca Salzburg Concert Records. Estudou no Conservatório Real de Antuérpia com L. Kende e no Conservatório Real de Ghent com V. Samoshko. Continua os seus estudos com Leonid Margarius na Itália.

Tocou em salas conceituadas, tais como: Teatro Municipal Rio de Janeiro, Palau de les Arts Valencia, Bayerische Staatsoper München, Tonhalle Düsseldorf, Clara Schumann Saal Frankfurt, Mozarteum Salzburg, Philharmonie Luxembourg, Teatro Communale Bologna, Teatro Verdi Milano, Auditorium du Nouveau Siècle Lille, Ruse State Opera (Bulgaria), Elisabethzaal, Flemish Opera, DeSingel and AMUZ Festival van Vlaanderen (Antwerp), LaMonnaie,  Brussels Royal Conservatoire. Foi solista com orquestras tais como as filarmónicas de Rousse e San Remo, Sinfónica de Bruoscella, Il Novecento, Orchestre Festival de Lille e Antwerpen Camerata, com maestros tais como Koen Kessels, Dimitris Spouras, Edmond Saveniers, Bart Van Reyn, Robert Groslot, Carlo Ranieri, e Jan Steenbrugge.

É muito procurado na área de música de câmara, tendo tocado com artistas tais como Artiom Shishkov, Fernando Gonzalez, Vlad Weverbergh, Maciej Pikulski e Matthew Barley. Foi acompanhador mara cursos internacionais e recitais de grandes cantores, tais como Maxim Mikhailov, Charlotte Cromheeke, Stephanie Friede, Anne Cambier, Cairan Ryan, Emma Char, Karen Vermeiren, Lisa Mostin, Lubov Stuchevskaya, Thomas Allen, Sergei Leiferkus, Gary Jankowski,  Ann Murray, Jean-Paul Fouchecourt e Christianne Stotijn.

Aperfeicouu-se em acompanhamento vocal com Roger Vignoles em Londres, Jozef De Beenhouwer em Antuérpia e Helmut Deutsch em Viena. Trabalha como acompanhador e instructor vocal no Conservatório Real de Antuérpia em que também é coordenador do departamento de piano. Regularmente interpreta música contemporânea e colaborou com compositores tais como L. Brewaeys, P. Boesmans e R. Groslot.

O seu CD de estreia foi editado pela Salzburg Concert Records.

Os bilhetes para estes eventos custam 12 euros em venda antecipada, e 15 euros no próprio dia. 30 euros compram 3 concertos diferentes à escolha (10 euros cada).

Os sócios da ANSA, a entidade que gere a Orquestra Clássica da Madeira, pagam 7.50€. Os estudantes podem assistir por apenas 5 euros. Quanto aos sócios da AACMM, beneficiam de entrada livre.

As crianças de 7 até 12 anos de idade (quando acompanhadas por adultos), também entram livremente, bem como os alunos da DSEAM e do Conservatório (mediante disponibilidade).