Paulino Ascensão criticou conflito com a República por causa do novo hospital classificando-o como “intrujice”

O deputado Paulino Ascensão abordou no sábado, numa conferência de imprensa, a discussão do Orçamento de Estado que actualmente decorre, para dizer que o que tem ocorrido na discussão do orçamentos deste governo do PS, que o Bloco de Esquerda apoia, o tema principal de confronto entre a Região e o governo da República circunscreve-se à temática da construção do novo hospital.

Paulino Ascensão fez questão de salientar que o Bloco de Esquerda “não se esquece de defender os interesses do povo da Madeira, nem de exigir as responsabilidades que são devidas ao governo da República”. Porém, o parlamentar bloquista afirmou que o BE também não se esquece das responsabilidades que eram devidas ao governo regional, e que já era possível haver um hospital, se tivesse elegido a sua construção como uma prioridade, em vez de, por exemplo, o novo cais, ou a marina do Lugar de Baixo, entre tanto disparate que se fez. Mas isso é passado, dirá o PSD”.

Porém, o BE critica o governo PSD “renovado”, dizendo que as prioridades do mesmo continuam a ser outras: “Despejou milhões nas ribeiras, naquele aborto que descaracteriza a paisagem do Funchal, continua a ter como prioridades várias vias rápidas em zonas onde o tráfego, a circulação de gente, não o justifica”.

Mais urgente que o novo hospital, opinou, é fazer com que as estruturas do Serviço Regional de Saúde funcionem; ora, todas as semanas “faltam medicamentos, há equipamentos avariados, elevadores que não funcionam, novos elevadores onde as macas não cabem”…

E estas prioridades, disse, são para “alimentar os lobbies do betão”.

Por isso, para o BE, a actual conflitualidade com Lisboa por causa do novo hospital é apenas para desviar as atenções “dessa incompetência, dessa falta de vontade de responder às necessidades urgentes”.

Se o governo realmente quisesse, teria desviado as verbas da conclusão das vias rápidas para dar um sinal firme de que está mesmo empenhado no projecto do novo hospital, avançando com essas verbas para as expropriações, para os projectos de especialidade… ms não foram essas as escolhas.