“O pecado mortal do Savoy é o Plano de Urbanização do Infante, nunca aprovaria nem um nem outro”

Paulo Cafôfo A
“Considero que quem faz aproveitamento político do que aconteceu no Monte não está a respeitar as pessoas que faleceram nem as respetivas famílias”.

Esta gestão autárquica de Paulo Cafôfo tem sido atingida, nos últimos tempos, por várias situações que a colocam num alvo preferencial, tanto mais que, a cada dia que passa do período de pré campanha e do início, já amanhã, da campanha eleitoral legalmente definida, intensificam-se as acusações e esgrimam-se argumentos que, por um lado visam a Câmara anterior e por outro visam a atual, de acordo com os interesses políticos em causa.

De empurrão em empurrão tem andado o Savoy. A culpa é de Albuquerque, a culpa é de Cafôfo. E Não saímos disto. O que saiu foi mesmo o hotel, saiu que é como quem diz, subiu, a uma “altura” sem retorno, enquanto a discussão vai subindo de tom em período de pré-campanha eleitoral para as autárquicas de 1 de outubro.

Albuquerque e Rubina Leal com responsabilidades

Paulo Cafôfo, o candidato da “Coligação Confiança” e atual presidente da Câmara deixa muito claro o seu posicionamento relativamente ao assunto que tem vindo a criar grande polémica: “Há um pecado mortal no projeto do Savoy, logo no início, quando se definiu e aprovou o Plano de Urbanização do Infante (PUI). Quero reafirmar, aqui e agora, que comigo, aquele projeto do Savoy e o Plano de Urbanização do Infante não teriam avançado, não aprovaria nem um nem outro”.

Cafôfo considera que existem responsabilidades de quem aprovou e aponta o dedo diretamente para a gestão autárquica do “dr. Miguel Albuquerque e da minha adversária dra. Rubina Leal, que aprovaram o PUI e o projeto do Savoy”. O que fez esta Câmara da “Coligação Mudança” foi “prorrogar o prazo da licença e não da licença propriamente dita. E era inevitável, tinhamos que proceder assim à luz dos pareceres jurídicos. Não havia qualquer forma desta autarquia evitar a prorrogação, uma vez que legalmente estavamos obrigados a tal”.

Quero que tudo seja apurado na tragédia do Monte

A tragédia do Monte é outra das situações que Paulo Cafôfo enfrentou, inesperadamente, a 15 de agosto, com toda a controvérsia envolvente que o colocou numa posição mais fragilizada, dizem os opositores, no tocante aos níveis de popularidade. O candidato e presidente da autarquia não responde diretamente à influência que esse acontecimento poderá ter na sua reeleição, uma vez que, como refere, “a situação relacionada com a tragédia do Monte nunca pode ser vista numa perspetiva eleitoral. Considero que quem faz aproveitamento político do que aconteceu no Monte não está a respeitar as pessoas que faleceram nem as respetivas famílias”.

O candidato opta por uma posição cautelosa, lembra que “neste momento, as entidades competentes procedem a averiguações e eu quero que tudo seja apurado, por respeito às famílias das vítimas. Aguardarei as decisões”.

Comissão conjunta para avaliar obra das ribeiras sem resposta do Governo

A situação das obras levadas a efeito pelo Governo, nas ribeiras do Funchal, colocaram a “nú” aquilo que foi considerado um “atropelo” ao património, facto que inclusive levou a autarquia a proceder ao embargo de uma das pontes, a Ponte Nova, como forma de “salvaguardar a defesa dos interesses da cidade”. Paulo Cafôfo esclarece que “o embargo mantém-se um pouco por teimosia do Governo. A Ponte Nova é património municipal, pertence ao município e a autarquia tem responsabilidades na sua preservação e, acima de tudo, no seu valor histórico. Queremos manter um património que herdamos”.

Neste sentido, refere que “a Câmara do Funchal propôs, à secretaria regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus, que tem a tutela das obras, a criação de uma comissão técnica onde fosse possível chegar a um consenso, relativamente a um projeto que pudesse, no âmbito da obra realizada, agilizar e resolver este impasse para salvaguardar o património. O Governo pura e simplesmente não respondeu. Continuamos com vontade de resolver este problema, tendo em vista defender o interesse da cidade, que o Governo não estava a defender”.