A Lagoa (Lugar de Baixo), os patos e o lixo

Lagoa B
A parte ainda visível da Lagoa está num estado lastimável.

Sabe-se muito bem que algumas das obras das muito faladas Sociedades de Desenvolvimento, no anterior Governo Regional, não foram as mais felizes, originando situações que, pelo prolongar no tempo sem uma decisão adequada, acabaram por registar cenários de verdadeiro abandono, sem quaisquer cuidados nem sequer pela imagem das zonas onde os projetos foram implementados, não obstante todos eles terem uma tutela, existirem poderes eleitos, quer a nível local quer regional, que poderiam e deveriam, numa concertação de esforços, estabelecer contactos no sentido de, no mínimo, proceder a uma limpeza.

Lagoa A
Os “sobreviventes” dão alguma atividade à zona. E é aqui que muitos populares ajudam a alimenta-los.

A zona onde foi construída a Marina do Lugar de Baixo está, como é fácil de ver, com um elevado estado de degradação. Já estava, mas perdura essa ausência de medidas, numa zona visitada por locais e turistas, particularmente nesta época de verão, em que a praia é atrativo, pela positiva, e o resto é atrativo, pela negativa.
A zona da Marina, que de marina não tem futuro, deverá ser objeto de reavaliação. Os partidos concorrentes às eleições autárquicas no concelho da Ponta do Sol, todos eles, já demonstraram preocupação, relativamente ao futuro daquela zona, sendo que todos, sem exceção, defendem que aqueles tapumes são inestéticos e devem ser removidos, encontrando-se outra solução em termos visuais e de integração com o contexto paisagístico. Ver o mar é um imperativo, que dali, estando tão perto, não se vê há algum tempo.

Lagoa D
Uma das placas faz referência ao investimento que ali foi feito, na Frente Mar da Lagoa do Lugar de Baixo. Da lagoa, já tem pouco.

Passamos da Marina, um “caso perdido”, para a zona da lagoa. Outra degradação a olhos vistos, tanto nas águas sujas, com mato a crescer dia a dia, passando pelos patos que são alimentados pela população, como facilmente pode ser constatado durante o dia mas também pela noite. Uma situação que, no mínimo, exigiria uma intervenção no sentido de pensar, para não dizer resolver, aquela degradação crescente, aliada ao facto de um dos edifícios, o que tem as placas que fazem recordar a pompa e circunstância da inauguração, estar sem manutenção há anos, um lamento que vem sendo manifestado em crescendo pelas populações que ali vivem, mas também pelos inúmeros visitantes. Todos observam, alguns questionam: “Governo, Câmara e Sociedade de Desenvolvimento não chegam para encontrar uma solução?”.
A realidade é, de facto, muito má. E não obstante recorrendo a uma expressão popular “pau que nasce torto tarde ou nunca se endireita”, temos que convir que, sendo verdade que a situação não nasceu da melhor forma, também é caso para recorrer a outra expressão para traduzir o que ali está: “Vê-se pela aragem o que vai na carruagem”. E, pela aragem que ali vai, a carruagem vai cheia”.