Festa das Vindimas abre no Estreito com o público a pedir mais cerveja do que os jarros de vinho

Madeirenses e turistas participam muito neste tradicional arraial das vindimas, mas consomem mais cerveja e sangria. Fotos DR.

O Estreito de Câmara de Lobos cumpre a tradição por conta das festas das Vindimas ao vivo. Em setembro, como diz o povo, todos ao lagar para vindimar. Curiosamente, na noite de ontem, abertura oficial do certame, corria noite dentro mais cerveja do que vinho. A sangria também era muito solicitada mas os jarros de vinho puro da terra aguardavam pelos consumidores, indiscutivelmente mais apaixonados pela loura cerveja.

Receios no escoamento

A festa no Estreito arrancou com público e debaixo de bom clima, de tal maneira que as uvas rapidamente amadureceram devido ao calor. Os produtores do Estreito procuram agora escoar o vinho de um ano de trabalho. Mas, no próprio arraial, havia quem reclamasse que as casas não estavam ainda a receber todo o vinho. Na verdade, este ano, as uvas amadureceram mais cedo e alguns agricultores despacharam as uvas à medida que estavam amadurecidas. Como a produção entrou cedo em maior quantidade, nem todas as casas mostraram capacidade de resposta para receber as quantidades já disponíveis.

Ainda assim, os produtores fazem fé nas palavras do Governo Regional de que todos os agricultores terão escoamento garantido da sua produção. Caso contrário, arriscam-se aos protestos dos produtores o que não é nada agradável, sobretudo em tempo eleitoral.

O ano é de boa produção e os agricultores querem é ver o seu vinho escoado pelas casas.

A noite de ontem funcionou como uma espécie de “warm up”, o que me gíria musical se chama de aquecimento para a grande festa das Vindimas que já decorre esta manhã no Estreito. São as tradicionais vindimas ao vivo, pela mão de turistas e demais visitantes. Todos vivenciam a experiência de apanhar as uvas, transportá-las nos típicos cestos com destino ao lagar.

Após terem estado, esta manhã, num latada de um agricultor da zona, desfilam num cortejo alegórico com as uvas até ao lagar para pisá-las ao vivo e viverem a experiência da produção do vinho. Uma festa sempre cheia de encanto, sobretudo para os forasteiros que assim ficam a cocnhecer “in loco” o circuito da produção do vinho.

Não deixa de ser curioso que, apesar de esta ser uma festa de homenagem e promoção do Vinho Madeira, a população continue a demandar mais a cerveja nos arraiais, ignorando os apelos dos nutricionistas. Matar a sede só com muita cerveja e de vez em quando sangria.