Candidato do MPT na Ponta do Sol diz que “o povo não quer festas, quer soluções para os seus problemas”

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“Sai com muita coisa por fazer e é preciso ir ao encontro da população para que esta sinta que alguém está do seu lado para resolver os problemas”. Foto Rui Marote

“As estradas estão num estado lastimável, umas com buracos por falta de manutenção, outras nem foram reparadas depois da destruição pelo temporal”. As encostas, “muitas não sofreram qualquer intervenção e continuam a cair pedras”. A água que vem das levadas “acaba por sair para a estrada”. A estrada onde se encontra a esquadra da PSP “está na mesma”, disseram que a polícia ia para outro espaço, “mas até ao momento nada. Mandaram email não sei para onde nem sei para quê, uma vez que continua tudo igual”. A estrada da Bica está em mau estado, “metade foi feita para os amigos do Dr. Rui Marques e para cima está em pedras”. É a Ponta do Sol na visão do candidato do MPT. Pelo que vê, pelo que lhe dizem.

Câmara diferente, mais interventiva

O retrato que Pedro Manteigas faz do concelho da Ponta do Sol, versão atual no seu entender, não é positivo, como já se viu. O candidato do Movimento Partido da Terra diz que Rui Marques, o presidente da Câmara, que não pode recandidatar-se por atingir limite de mandatos, não fica nada bem na “fotografia” com esta avaliação sobre o trabalho dos últimos quatro anos. “Sai com muita coisa por fazer e é preciso ir ao encontro da população para que esta sinta que alguém está do seu lado para resolver os problemas”. Quer uma Câmara diferente, mais interventiva, naquelas que “são as suas competências”, mas também “nas que não são e que têm influência na vida das pessoas”. Os responsáveis autárquicos têm que fazer pressão para que algumas situações sejam solucionadas, diz Pedro Manteigas, para quem este desafio constitui “uma oportunidade das pessoas conhecerem os valores que o MPT defende, essencialmente virados para o povo”.

Festas deveriam ser distribuídas por todo o concelho

A atual gestão camarária, em sua opinião, não deixa saudades. Fala nas festas como um fator positivo, por lado, e negativo por outro. “São necessárias mas a vida não pode ser só isso”. Considera que as mesmas “deveriam ser distribuídas pelo concelho e não somente no centro da Ponta do Sol. Até o mercado tiraram do lugar certo e vieram para o centro da vila. Porque não continuar a fazer a festa do Mercado onde está o Mercado? É importante que as freguesias se sintam todas parte integrante do concelho”.

Entre os objetivos que vai perseguir, com esta candidatura, há dois apontados a grupos muito bem identificados e que, na perspetiva do MPT, estão na linha da frente das ajudas que a Câmara deve dar e promover: idosos e jovens. Os primeiros, têm um apoio muito curto da Segurança Social, “era importante que fosse maior”, além de que, lembra, “há o problema das acessibilidades, nas veredas de acesso às casas, onde não há um corrimão que possa proteger os menos jovens na sua mobilidade para sairem e entrarem nas suas casas”. Os segundos devem merecer atenção com medidas para emprego e fixação no concelho.

Autocarros são poucos, viagens são caras

Pedro Manteigas já está a ouvir as populações. Alguns dos problemas que, por avaliação da sua candidatura, já estavam identificados, juntam-se, agora, a outros que, um pouco por todo o lado, vai ouvindo nos contactos que mantém. O preço dos autocarros, além da escassez de carreiras, formam outro problema de mobilidade. Uma viagem Ponta do Sol-Funchal custa 4 euros e é quando há. Poucas vezes, diz. A população reclama e há casos em que só há transporte coletivo de passageiros até à Ribeira Brava e depois quem quiser ir para a Ponta do Sol tem que resolver por si. É inadmissível nos tempos em que estamos”.

Com empenho podemos atingir objetivos

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Pedro Manteigas quer uma Câmara “mais interventiva”. Foto Rui Marote

É com este cenário que o MPT está no terreno. Sabe dos problemas, critica um certo “deixar passar” por parte da atual Câmara, mas promete levar aos eleitores uma mensagem de alerta para que o partido possa, no mínimo, eleger representantes em alguns orgãos autárquicos. O voto útil, num meio conservador, pode condicionar a votação nos chamados “partidos pequenos”. O candidato acredita na sua estratégia e na população: “Com muito trabalho e dedicação, podemos atingir o nossos objetivos”. Fez a lista, como diz “sem dificuldades”, pelo que agora é seguir em frente e “apontar ao que se quer”. É um forma de estar e um discurso positivo que podem dar frutos. Admite que algumas pessoas que contactou tivessem ficado “com um pé atrás”, mas conseguiu os propósitos, formou a equipa.

Críticas a jantares e festas

A forma de fazer política incomoda Pedro Manteigas. Confessa que “não tem cabimento o que fazem”. Critica muitos jantares e muitas festas, diz que “o povo não quer festas, quer é soluções para os seus problemas”. Lembra-se de um caso que aponta como exemplo do que fala: “Cheguei a ver, numa festa do PSD, pessoas que foram lá comer e que levaram marmitas cheias para casa. Ninguém do PSD viu isso? Não houve quem se apercebesse que as pessoas, às vezes, não têm o que comer ou têm muitas dificuldades? Esta é uma realidade e não podemos esconder”.

O candidato fala em bolsas de pobreza no concelho, diz que é preciso acautelar a vida dessas pessoas. Acusa por exemplo a Gesba de deitar banana fora e não dar a quem precisa, coloca responsabilidade na Câmara “por não fazer nada relativamente a assuntos importantes”.